terça-feira, 29 de janeiro de 2013

CRISTO: A PEDRA ANGULAR, E O FUNDAMENTO APOSTÓLICO E PROFÉTICO



                   Introdução
         Um dos maiores equívocos teológicos da cristandade católica romana é a atribuição do título de fundamento da Igreja ao apóstolo São Pedro. Baseando seus argumentos no pronunciamento de Jesus acerca do apóstolo (Mt 16:18-19), estabeleceu a hierarquia papal como sucessão de Pedro, significando que cada Papa assume o papel de alicerce espiritual da Igreja. Na verdade Jesus fez uma espécie de trocadilho, apontando para Pedro e dizendo: “Tu és Pedro”, que no original é “petrus”, ou pequenas pedrinhas; e apontando para si mesmo disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, e já esta pedra, no original grego é “Petra”, ou Rocha, Pedra Principal, Pedra Fundamental. Assim, na verdade, o fundamento da Igreja não é Pedro, e sim, a sua declaração: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16). A declaração do messianismo universal (Cristo), e da divindade (Filho de Deus) de Jesus, estabelecem a solidez da Igreja. A missão messiânica de Jesus, o Cristo, são de caráter global e cosmológico, ou seja, a redenção efetuada por Cristo Jesus não abrangeu determinada cultura ou nação, mas foi universal, e a verdade mais irremovível da fé é que Jesus Cristo é o Verbo que se fez carne, Deus em forma humana (Jo 1:1-4, 14; 14:8-9; Cl 2:9) que se despojou de suas prerrogativas soberanas de Deus para viver e morrer entre nós, como forma de resgatar a humanidade ao seu estado original edênico (Gn 1:26-27). Pedro representou naquele momento de revelação, a classe apostólica, ou seja, aos apóstolos, em harmonia com os demais ministérios e a Igreja Restaurada, Jesus promete: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 16:19). Estas chaves são: (1) A autoridade do Reino (Lc 9:1); (2) A Ciência do Reino (Lc 11:52); e (3) Os Recursos do Reino (I Co 4:1).
  
CRISTO A VERDADEIRA PEDRA DE ESQUINA

Ainda que todos cinco ministérios estivessem em pleno vigor e harmonia, e os dons operantes em seu poder máximo, mas Jesus Cristo e suas palavras não estivessem arraigados na base do edifício Igreja, já não haveria uma Igreja, pois os ventos e chuvas da história humana já a teriam feito sucumbir (Mt 7:24-27). A pedra de esquina é uma enorme rocha que delimita a área da construção de um edifício, além de fornecer forte sustentação e um marco histórico para lembrarmos a origem da construção. O próprio apóstolo Pedro, que, contrariamente à teologia católica, não é a Pedra, disse: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.” (At 4:11). Pedra, foi desta forma que Nabucodonosor teve a visão de Jesus Cristo vindo em glória para estabelecer seu Reino que não terá fim. “...o Deus do céu do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.” (Dn 2:44-45). Como veremos adiante, a Igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, mas Jesus Cristo é Pedra Principal de Esquina (Ef 2:20).
   
A SINGULARIDADE DE CRISTO

A verdade mais ofensiva da fé cristã às religiões é a singularidade de Jesus Cristo, no aspecto do Senhorio e da Salvação. A questão é que essa singularidade não foi declarada inicialmente por seus discípulos, como nos casos das religiões mundiais, mas pelo próprio Cristo. A escolha da humanidade é escolher a auto-proclamação de Jesus é loucura ou a verdade: “...Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14:6). A declaração é enfática e penetrante, não há acesso a Deus a não ser por Jesus Cristo. O apóstolo Pedro confirma esta verdade: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (At 4:12). Só em Cristo há salvação, só em Cristo há redenção, e só em Cristo há mediação, aliás, qualquer ensino de que possa haver outros mediadores entre Deus e os homens além de Jesus Cristo, deve ser refutado com veemência. Apesar da grandeza e singularidade da vida e ministério de Maria, somente em Jesus temos acesso à Deus. “Porque há um só Deus e só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem.” (I Tm 2:5).
  
O FUNDAMENTO PROFÉTICO DA IGREJA

Após criar (Gn 12:1-3) e reunir um povo, Deus estabeleceu uma lei moral (Êx 20:1-17). Este mandamento foi conservado e difundido pelas gerações de profetas que Deus constituiu a Israel. Este é o Fundamento dos Profetas: O MANDAMENTO. Assim, embora a Igreja não seja salva pelas obras da Lei (Ef 2:8-9), continua arraigada e fundada na síntese do Mandamento. “para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos...” (Ef 3:17-18). Sim, o decálogo (Dez Mandamentos) não foi abolido por Jesus, mas cumprido (Mt 5:17). Agora, pela habitação de Cristo em nós (Cl 1:27), estamos sob uma nova forma de Lei para cumprir o mandamento pelo Espírito (Rm 8:1-3), e este Mandamento foi sintetizado: “...porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” (Rm 13:8b). Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.” (Jo 13:34). Portanto, o Fundamento Profético da Igreja é o amor, e o ministério do profeta é consolar, exortar e edificar em amor, para a Igreja se conserve como a Comunidade do Amor. Assim, de fato, O FUNDAMENTO PROFÉTICO DA IGREJA É O MANDAMENTO DO AMOR.
   
O FUNDAMENTO APOSTÓLICO DA IGREJA

Após edificar e comissionar (Mt 16:18; Mc 16:15; At 1:8) a sua Igreja e inaugurá-la (At 2:1-47), Jesus, como já dissemos, sintetizou a Lei e os mandamentos no Fundamento Profético, o amor, e estabeleceu os apóstolos como colunas da Doutrina de Cristo e de seu Reino (At 2:42; Mt 4:23; 13:19). Este é o Fundamento dos Apóstolos: A DOUTRINA DO REINO. É justamente esta Doutrina que se perdeu a partir do século III, e que desde então, Deus através de avivamentos e reformas vem restaurando, e antes da Segunda Vinda do Senhor Jesus, é esta a mensagem que estará plenamente restaurada e propagada: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” (Mt 24:14). Este Fundamento Apostólico foi lançado para edificar a Igreja como uma “embaixada” que representa não uma religião, mas um Reino. Este Fundamento proclama a Cristo não como meramente um Profeta, mas como o Rei. Os profetas falavam dessa restauração plena (At 3:21), e Isaías previu a manifestação do Cristo com uma missão “espiritualmente política”: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo está sobre os seus ombros” (Is 9:6). Note que sobre os ombros do Messias não está a religião, mas o governo. Um dos motivos da Igreja ter se dividido tanto, foi o fato de pregarem o “evangelho da salvação”, e cada um desenvolveu seu sistema soteriológico, sendo que a salvação já foi plenamente efetuada por Cristo na cruz. O que faz da Igreja uma única Instituição Poderosa (Jo 17:21-23), é pregar a mesma mensagem que Jesus pregou (Mt 4:17), a Boa Notícia (Evangelho) de que o Reino de Deus chegou, e esta é a mensagem que o Senhor nos delegou à pregar desde o princípio (Lc 9:2, 60). A Igreja está retornando para a mensagem original: “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus...” (Lc 16:16). O FUNDAMENTO APOSTÓLICO DA IGREJA É O EVANGELHO DO REINO.     

O MISTÉRIO DE CRISTO COMPLETO NO APOSTÓLICO E NO PROFÉTICO

Embora os profetas da Antiga Aliança falassem pelo Espírito Santo, com espantosa clarividência da dispensação futura, eles não entendiam perfeitamente do que falavam. Profetas são como carteiros, eles entregam a carta, mas não abrem a correspondência. Havia um mistério que estava “oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória. (Cl 1:26-27). Era exatamente isso que os antigos profetas da Lei não sabiam: que o Messias não restauraria o reino a Israel em sua primeira vinda (At 1:6), mas estabeleceria o seu Reino dentro de seu povo (Lc 17:20-21), habitando nele em Espírito. O Messias em nós, esperança da glória do Reino vindouro. A Igreja primitiva, em seus primeiros trezentos anos, experimentou de forma sem precedentes a plenitude dessa revelação messiânica. E o motivo dessa iluminação espiritual da primeira Igreja era a harmonia do corpo de Cristo, com todos os membros e operações bem ajustados (I Co 12:12-31; Ef 4:15-16). Como abordaremos mais pormenorizadamente na 12ª Lição, ao longo dos séculos (depois do século III) esse corpo harmônico e saudável chamado Igreja vem restaurando seus dons e operações, e agora, nós, todo o corpo de Cristo chegamos no tempo do “...até que...” predito pelo apóstolo Paulo (Ef 4:13a), em contemplaremos: (1) A Unidade da Fé; (2) O Conhecimento do Filho de Deus; (3) A Estatura Completa de Cristo na Igreja (Ef 4:13). Isso acontecerá porque os ministério de APÓSTOLOS e PROFETAS está sendo restaurado à Igreja, somente isso poderá completar a revelação oculta no passado; Paulo como apóstolo e profeta pôde, modéstia dar testemunho de seu próprio grau de revelação dizendo: “pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas.” (Ef 3:5). O mistério de Cristo se completa no apostólico e no profético.

Conclusão
Estamos vivendo as etapas finais da edificação da maior e mais poderosa Instituição que o mundo já conheceu, a Igreja Apostólica, portadora da mais impactante mensagem que o mundo já ouviu, o Evangelho do Reino. Os alicerces foram renovados, os edificadores estão empenhados na obra, e o Divino habitante desta Casa, o Espírito Santo, está prestes a entrar de maneira singular e palpável. JESUS CRISTO É A PEDRA FUNDAMENTAL, APÓSTOLOS E PROFETAS SÃO OS FUNDAMENTOS.

sábado, 19 de janeiro de 2013

TEMPOS DE RESTAURAÇÃO




Após os primeiros trezentos da Igreja, a cristandade entrou em um período de densas trevas, onde o nível de revelação espiritual se tornou muito escasso, e surgiu a necessidade de sucessivos concílios ecumênicos para sistematizar uma estrutura doutrinária coerente e unânime. Em conseqüência disso, surgiram também muitas heresias perigosas e muito extremismo apologético. Desde então, o Espírito Santo vem promovendo periódicos moveres de reforma espiritual, dentre os quais a Reforma Protestante foi a mais destacada historicamente. Deus está literalmente restaurando todas as coisas até aqui, e esta Restauração terá sua culminância nos tempos finais, imediatamente anteriores à Segunda Vinda de Jesus Cristo (Atos 3:19-21).
Estamos definitivamente vivenciando neste tempo esta “restauração de todas as coisas” (Atos 3:19-21), embora este tempo não possa ser vislumbrado e experimentado na plenitude por aqueles que possuem uma mentalidade institucionalizada de “Igreja”. Na verdade esta mentalidade institucionalista é produto de um modelo babilônico que prima pela ostentação de ideais meramente denominacionais. Estes, cujas mentes, propósitos e motivações giram em torno de seus pequenos impérios denominacionais, estão bloqueados para uma absorção de visão profética e conhecimento dos tempos de Deus. Mas aqueles que ha algum tempo sentiam uma inexplicável insatisfação com o atual sistema eclesiástico, agora, podem compreender que neste Tempo de Restauração Total, os propósitos do Reino de Deus e os fundamentos da Igreja, estão sendo renovados através do ministério de apóstolos e profetas desta geração (Efésios 2:19-20; 3:5).
Como todo movimento de reforma espiritual da história da Igreja, este novo mover que alguns teologicamente chamam de “restauracionismo”, é caracterizado por alguns fundamentos. Na verdade, são áreas que estão sendo restauradas pelo Espírito Santo de Deus, dentre as quais cinco se destacam.

1-  O MOVER APOSTÓLICO
A Igreja de Jesus Cristo nasceu apostólica e permaneceu apostólica nos primeiros trezentos anos de sua existência, esta é a sua natureza, esta é a sua identidade imutável, embora tenha sido “mudada”. Para dar início à obra de expansão de seu Reino na terra, Jesus não comissionou doze pastores, profetas, evangelistas, ou mestres, mas doze apóstolos; as colunas da Nova Jerusalém são apostólicas, o fundamento da Igreja é apostólico; Jesus Cristo, como Único Sumo Sacerdote definitivo, é essencialmente o Apóstolo (Hebreus 3:1). O apostólico era a peça final que faltava para o início da Restauração Divina. Não é um título eclesiástico, é uma unção, não é um cargo, é um dom, não diz respeito a uma pessoa, mas a uma geração. O apostólico é um estilo de vida, aliás, o único estilo de vida idealizado por Deus para seu povo. Israel não compreendeu sua vocação apostólica, e o Senhor a transferiu para a Igreja, que a renegou no meio do caminho, mas agora, o apostólico está sinalizando e conduzindo a Igreja para o maior e mais impactante avivamento que o mundo já viu. Evidentemente, há um falso mover apostólico, o que não nos dá concessão de rejeitar o verdadeiro, assim como há sempre houve falsos apóstolos. A Igreja está outra vez recebendo a liderança divina por meio de ministros apostólicos e apóstolos genuínos. Escândalo para os impérios denominacionais e refrigério para os santos eleitos de Deus. É um mover irresistível e inevitável, embora muitos, mesmo reconhecendo sua credibilidade, por seus vínculos institucionais, não ousam aderir. “E muitos sinais e prodígios eram feitos pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima.” (Atos 5:12-13). Estes são tempos apostólicos de Restauração.

2-  A RESTAURAÇÃO DOS CINCO MINISTÉRIOS
O mover apostólico foi precedido pela restauração da vigência e harmonia dos cinco dons do ministério cristão (Efésios 4:11). O Espírito de Deus vem ao longo dos anos, especialmente no século XX, estes cinco ofícios espirituais em operação e reconhecimento. Com isto, Deus reequipou sua Igreja para o cumprimento pleno de seu propósito global de neutralizar a força das trevas e desencadear o maior avivamento de toda a história da cristandade. As atividade e harmonia dos cinco ministérios promoverão (1) o aperfeiçoamento dos santos para o trabalho do Reino; (2) a construção completa da Igreja Mística; (3) a verdadeira unidade de fé; (4) o conhecimento revelado do Filho de Deus; (5) a Igreja à perfeita imagem e semelhança de Jesus Cristo; (6) a extinção da inconstância espiritual e doutrinária; (7) o crescimento completo na verdade em amor. Tudo isto só pode chegar à sua realidade plena através da funcionalidade harmônica dos cinco ministérios, e este processo já está em pleno andamento.

3-  A PATERNIDADE ESPIRITUAL
A Igreja por ter se institucionalizado, desenvolveu uma forma de relacionamentos árida e cheia de interesses políticos. A conexão entre a cristandade e suas lideranças espirituais passou a basear-se em aspectos meramente administrativos. Neste modelo de “igreja” o fiel agregado não passa de membro, e adere aos parâmetros estatutários, mas não recebe um “DNA espiritual” para tornar-se filho.
O princípio da paternidade espiritual norteou o governo eclesiástico e os relacionamentos na Igreja Apostólica primitiva. Bispos eram ordenados sobre jurisdições geográficas sob a orientação e liderança paternal dos apóstolos. Paulo de Tarso foi o pioneiro desta configuração bíblica e salutar de governo. Diversas igrejas formavam grandes redes de comunhão, intercessão e expansão do Reino de Deus.
Parece claro que não existe um respaldo escriturístico para a terminologia “cobertura espiritual”, porém, o âmago e a essência deste princípio permeiam toda a realidade da Igreja do primeiro século. Pode-se dizer que não cabe o termo cobertura, pois as trevas não atacam a Igreja por cima visto que a cabeça é Jesus Cristo, mas atacam os fundamentos. E é exatamente isto que tem ocorrido ao longo dos séculos, os fundamentos da Igreja têm sido atacados; o fundamento da fé, o fundamento da esperança, e o fundamento do amor, por isso, doutrina contaminada, pessimismo e incerteza quanto ao futuro, e alianças frágeis. Assim, emerge a necessidade, sim, de cobertura, mas a cobertura dos fundamentos de cada membro do corpo do Cristo. Para tanto, precisamos lembrar que o fundamento da Igreja é imutável, e está sendo restaurado em nosso tempo, estamos “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.” (Efésios 2:20). Líderes dotados de um dos cinco ofícios do ministério devem assumir seu papel de pais edificadores, e discípulos do Reino devem assumir o papel de filhos edificados, enquanto crescem para se tornarem pais também. Este o ciclo da vida natural e o ciclo da vida no Reino.   

4-  A UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
O sistema denominacional tomou uma proporção demasiadamente oposta aos propósitos do Reino de Deus. Tal qual a filosofia que motivou a construção da torre de Babel: “...façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados” (Gênesis 11:4), isto não é unidade real, é uma junção facciosa em torno de um ideal egoísta. As tribos de Israel formavam um único povo que sacrificavam a um único Deus. À líderes que esperavam que todos fossem discípulos apenas em seu “grupo”, Jesus disse: “...quem não é contra nós é por nós.” (Lucas 9:49-50). O motivo central da descrença do mundo na singularidade e senhorio de Jesus Cristo, é a divisão da Igreja. “...que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17:21).
Este é um tempo de restauração da unidade real. Não é uma fusão de denominações, tão pouco uma “mudança de placas”, ao contrário, é a conscientização revelada da necessidade premente de unidade. O corpo de Cristo trabalhando em harmonia, para chegarmos não em uma unidade cultural, teológica, litúrgica; mas na verdadeira unidade, a unidade da fé (Efésios 4:13). Grandes coalizões e redes de igrejas locais sintonizadas no mesmo ideal divino, o Reino de Deus na Terra. Juntas em clamor a Deus dizendo, não “venha a mim”, mas venha a nós o teu Reino.
Pastores e igrejas que não trabalham em favor da promoção da unidade, serão excluídos do plano de Deus neste tempo. Todo ideal que prima pelos interesses de uma denominação, relegando os interesses do Reino de Deus a um papel secundário, passaram a definhar espiritualmente até que não haja mais fôlego de vida espiritual. A única salvação para as denominações é entrarem neste mover de unidade do Reino. 

5-  O EVANGELHO DO REINO
O Evangelho de Cristo é o Evangelho do Reino (Mateus 4:17, 23); O Evangelho dos apóstolos é o Evangelho do Reino (Lucas 9:2; 10:8-11); o evangelho do apóstolo Paulo era o Evangelho do Reino (Atos 19:8; 28:23); o Evangelho dos evangelistas e pregadores primitivos era o Evangelho do Reino (Atos 8:12); o Evangelho pregado a partir do ministério de João Batista é o do Reino (João 3:2; Lucas 16:16).
O âmago deste Evangelho do Reino foi deixado de lado ao longo dos séculos, mas agora, está sendo restaurado neste mover apostólico.
O Evangelho do Reino enfatiza: (1) o arrependimento como condição para salvação; (2) a expansão e a vitória final do Reino de Deus na Terra; (3) a destruição dos últimos impérios satânicos resistentes.
Há muito mais a ser restaurado e revelado. Por isso, precisamos estar conectados com o propósito divino e o mover profético. Tempos empolgantes vêm por aí.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

FERVOR ESPIRITUAL INSTÁVEL “A Espiritualidade das Vacas Magras”




Tenho observado que um dos males mais que assolam os ministros cristãos e crentes da atualidade, é a instabilidade de seu entusiasmo espiritual. Somos exortados pelo apóstolo Paulo: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor.” (Romanos 12:11). Muitos cristãos pastores e obreiros desejam sinceramente serem constantes em seus votos de santificação, oração e serviço no Reino. O motivo de não perseverarem é, dentre outras coisas, pela “necessidade” de atender a demanda dos apelos seculares a fim de parecerem cristãos mais “antenados e contextualizados”. Assim, O inviolável tempo para o serviço do Reino (ministério) é trocado pela busca frenética de sucesso profissional; o precioso tempo de oração e comunhão com Deus é trocado por horas infindáveis de navegação nas redes sociais e na internet; e a santificação e consagração pessoal é descartada para atender aos apelos do entretenimento oferecido por Hollywood e pelos círculos de “amizade” com tendências ao secularismo e muitas vezes ao profano.
De fato, estamos vivendo uma crise na cristandade moderna, especialmente no ministério; é a geração de um sacerdócio profano, que amenizou a palavra “mundano”, por “secular”.
Muitos jovens cristãos até nutrem um certo entusiasmo pelo serviço religioso no contexto eclesiástico do templo, mas conciliam seu interesse pelo Reino de Deus, com sua paixão por ídolos modernos como times de futebol, músicas de conteúdo imoral, artistas, novelas degradantes etc... A pouca paixão por Jesus Cristo, pois o trono do coração está sendo disputado por muitos “reis modernos” deste século. Ao mesmo tempo em que falam em línguas dentro das igrejas, blasfemam o nome de Cristo com seu palavreado torpe e malicioso. Ao mesmo tempo em que fascinam o público com suas performances que forjam a verdadeira unção, suas mentes e atenções estão cada vez mais voltadas para o banquete do sistema.
Toda essa instabilidade e duplicidade espiritual são abomináveis a Deus. “Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei” (Salmo 119:113). Ou somos quentes, ou frios, os mornos estão à ponto de serem vomitados por Cristo (Apocalipse 3:15-16). Não podemos servir a dois senhores (Mateus 6:24), nem coxear entre dois pensamentos (I Reis 18:21). A santificação cristã está no plano do total e absoluto e não do parcial e relativo (I Tessalonicenses 5:23). Não é possível ser meio santo. “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda.” (Apocalipse 22:11).
Essa “espiritualidade das vacas magras” não pode coexistir com uma “espiritualidade das vacas gordas”. José se preparou para o tempo da escassez, e como líder dinâmico e avivalista, preparou o povo do Egito; quando a fome chegou no mundo, todos estavam supridos pelos depósitos de José. Precisamos encher nossos celeiros espirituais com o trigo e o leite do céu, para que neste tempo de escassez espiritual, possamos estar supridos de graça, unção e santidade, e suprir as massas humanas com estas dádivas de nosso depósito. A santificação e dedicação de ontem perdem todo o valor para Deus quando hoje somos profanos e desleixados. Viva, hoje, agora, a vida de justiça em Cristo Jesus, pois o Senhor não leva em conta a justiça “mofada” de ontem. (Ezequiel 33:12-15)
Acerca dessa passagem bíblica e dessa instabilidade espiritual moderna, o lendário “príncipe dos pregadores” Charles Spurgeon escreveu:
O sonho de Faraó, com muita freqüência, tem sido minha experiência quando estou acordado. Meus dias de preguiça têm destruído terrivelmente tudo o que alcancei nos momentos de fervorosa dedicação, minhas estações de frio tem congelado todo o brilho genial de meus períodos de fervor e entusiasmo, e minhas crises de interesse pelos assuntos mundanos têm me impedido de avançar na vida divina. Preciso tomar cuidado com orações, louvores, deveres e experiências magros, pois eles comerão a gordura de meu consolo e paz. Se eu negligenciar a oração por tão pouco tempo, perco toda a espiritualidade que alcancei; se eu não receber a provisão fresca do céu, o milho velho em meu celeiro logo é consumido pela fome, que se enfurece em minha alma. Quando as lagartas da indiferença, as larvas do mundanismo e as taturanas da satisfação própria deixam meu coração completamente desolado e definham minha alma, toda a minha antiga fertilidade e crescimento na graça de nada servem. Como eu deveria estar desejoso por não ter dias de espírito magro, não ter horas feias! Por que cada ano que passa não deveria eu ser mais rico que o anterior em amor, proveito e alegria? Estou mais perto dos montes celestiais; tenho tido mais experiência com meu Senhor e, contudo, deveria ser mais semelhante a Ele. Ó Senhor, afasta-me da maldição de ter a alma magra!” 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A DIVINA TERAPIA DA ANGÚSTIA



A atual configuração da Igreja moderna prima pela busca do sucesso, auto-satisfação e principalmente da alegria. Parece haver um tipo de construção artificial de uma atmosfera de “alegria”, que haja de forma terapêutica na alma aflita e ansiosa do homem moderno. Assim, muitas igrejas têm promovido seus cultos como mera forma de entretenimento, buscando satisfazer o ego humano a qualquer custo. Algo está tragicamente errado com este modelo! Existem pelo menos três perigos dessa falsa alegria na Igreja:

(1) A confusão entre alegria cultural e alegria espiritual.
Muitas igrejas possuem em sua liturgia uma natureza entusiasta (em especial os pentecostais), ou seja, elas são naturalmente vivas em sua forma de expressar seu culto a Deus, e isso acaba por influenciar inconscientemente essa forma de expressão de outros. Mas a questão é: Será que todos batem palmas, glorificam, dançam, e pulam, porque estão realmente repletos da Alegria do Senhor? Ou será que o aspecto cultural dessa igreja, produz nas pessoas um desejo de contextualização ou uma reação emocional previsível?

(2) A superficialidade dessa alegria temporal.
Essa falsa alegria religiosa é também uma produção artificial de entusiasmo, um falso fogo para suprir a ausência do fogo verdadeiro. Na realidade mais clara, essa “alegria” tem um caráter temporal, ou seja, ela dura enquanto durar o bem estar externo, é uma alegria que está na superfície de nosso ser, assim, é facilmente influenciada ou perdida pela realidade de fora: tempo, espaço e circunstância. Não é a Alegria do Espírito e da Eternidade, é mental e temporal.

(3) O engano que não nos prepara para o mal.
Por ser um substituto maligno da verdadeira alegria, essa falsa alegria parece nos preencher, mas quando surge aquele vazio existencial comum a todo ser humano, haverá um sentimento avassalador de tristeza que conduz a depressão. Essa é a razão porque pessoas que tem tudo o que diz respeito à bens, e até a fraternidade familiar, e situações ótimas ao seu redor, se desapegam de suas vidas a ponto de tirá-las, pois quando vem este mal nos afligir, ele só terá vitória em nós se a nossa alegria for falsa. Essa alegria só existe quando tudo vai bem, e quando essa alegria se esvai, logo a pessoa abandona a Deus.

A verdadeira alegria provém da tristeza. Se essa declaração lhe parece paradoxal ou pessimista, tenho outra para você: A melhor tristeza é a que provêm de DEUS, pois promove real alegria. Sim, existe uma tristeza que é “enviada” por Deus à nossa alma.
Davi, o homem segundo o coração de Deus, após ter cometido um adultério e um homicídio (II Sm 11:1-27), passou quase um ano sem confessar o seu pecado, isso lhe custou muito. Podemos crer que mesmo estando destruído por dentro, Davi encontrou formas superficiais de alegria, nos vinhos, danças e entretenimento do palácio real, mas somente ele sabia que sua alma estava em frangalhos (Sl 51:8). O Espírito de Deus que não queria perder Davi o tratou com a “terapia divina da angústia”. Então, como Davi parecia não responder à sua própria dor, Deus o confronta com seu recurso mais agudo: um Profeta (II Sm 12:1-15). Agora, entendendo-se “nu” diante Deus, Davi expressa uma das orações mais quebrantadas da Bíblia, o Salmo 51, e lá nos versos 11 e 12, ele reconhece pelo menos três coisas: (1) Sua indignidade de estar na presença de Deus naquele estado impenitente; (2) Que o Espírito Santo estava triste com ele a ponto de quase abandoná-lo; e (3) Ele precisava urgentemente restituir a verdadeira alegria em seu interior; que alegria é esta?

“Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação...”
Salmo 51:11-12

         Perceba que esse refrigério espiritual somente é possível mediante o genuíno arrependimento; enquanto as religiões oferecem uma ideologia de cunho cultural, a fé cristã é a única que nos constrange ao arrependimento, pois revela nossa triste condição: somos pecadores (Romanos 3:23). Este refrigério é o avivamento da verdadeira alegria, e assim expressa o apóstolo Pedro em seu sermão: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (Atos 3:19).
         Com tudo isto, talvez você ainda não creia que Deus possa promover tristeza em nós. Vejamos então: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (II Coríntios 7:10). Note que, assim como há uma alegria mundana, há uma tristeza mundana. Essa tristeza segundo o mundo é uma assolação da auto-estima, da razão da vida e existência, uma tristeza que culmina com depressão e morte. Mas a tristeza segundo Deus é a que promove arrependimento e salvação.
         Jesus disse que a nossa alegria não pode residir sequer no fato de sermos usados por Ele, o possuirmos seus dons e autoridade, mas sim, no fato de termos nossos nomes escritos no céu (Lucas 10:19-20), a alegria da Salvação
Que tipo de alegria você tem sentido, e que tipo de tristeza você tem sentido?
Se quisermos a verdadeira alegria do Senhor, este gozo indizível e incondicional, precisamos sentir a dor e a angústia pelos nossos pecados. Tiago nos exorta:

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos pecadores; e, vós, de duplo ânimo, purificai o coração. Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza.” (Tiago 4:8-9)

         A Igreja precisa passar pela correção divina para compreender essa necessidade de avivamento, e essa correção é dolorosa, pois ao contrário do que dizem os adeptos da mera “teologia do amor”, Deus é sim, um Deus que castiga seus filhos para o bem (Hebreus 12:6-11).

         Diante dessa verdade escriturística, quero confrontar respeitosamente os meus santos colegas de ministério, sejam pastores, pregadores, missionários (as) cantores, ministros em geral, para esta realidade. Pare de tentar forjar alegria emocional ou criar falso entusiasmo, saia um pouco do facebook e do twitter e corra para sua igreja ou para o seu quarto (Mateus 6:6), e chore, chore copiosamente pela farsa de seu ministério, que mascara suas própria práticas reprováveis e profanas. Foi Deus quem te escolheu homem e mulher de Deus, mas essa escolha, ao contrário de seus dons e vocação (Romanos 11:29), pode ser rejeitada no dia derradeiro (Mateus 7:21-23). É assim que Deus conclama seus ungidos hoje:

“Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal... Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar...”
Joel 2:12-13,17

         Não há dúvidas, o verdadeiro avivamento espiritual que a Igreja carece, não é marcado por um estado prévio de alegria, mas de tristeza; e quando essa Terapia Divina da Angustia for aceita por nós, então haverá um transbordar de alegria e gozo divino como jamais antes. A alegria do Senhor é a nossa força (Neemias 8:10), mas a tristeza do Senhor é o nosso caminho para essa alegria. Glória a Deus. Deus em Cristo te abençoe.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A OBRA SUBSTITUTIVA DO REI


Os sacrifícios do Antigo Testamento eram substitutivos por natureza; eram procedimentos litúrgicos realizados no altar, através da oferta de um animal perfeito; para o israelita, que não podia fazê-lo por si mesmo. O altar representava o pecador; a vítima era o substituto do israelita para ser aceita em seu favor. Assim, Jesus Cristo assumiu a dívida do gênero humano como o Cordeiro de Deus enviado com este fim. O Rei Jesus nos substituiu em sua obra redentora. Sua morte expiatória era a nossa sentença por nossa realidade pecaminosa (Romanos 6:23a). Todos os rituais de sacrifício do Antigo Testamento eram sombras (Hebreus 8:5, 10:1) que apontavam tipológica e profeticamente para o sacrifício perfeito e definitivo (Hebreus 9:12). Este é o romance profético que narra a história do Rei que deixou a glória de seu palácio para se encontrar com a jovem plebéia. Ele abdica de seus nobres protocolos reais e vem à sua amada como um jovem viril e cheio de paixão. “Esta é a voz do meu amado; ei-lo aí, que já vem saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.” (Cantares 2:8). Isto pareceria a mera prosa de um poema se não crêssemos no cumprimento literal de Zacarias 14:4. O fato é que o Rei Jesus abdicou da glória celeste, e se fez como plebeu (João 1:1, 14) para vir aqui e noivar com a Igreja, antes, porém, morreu no lugar de sua noiva e com seu sangue “pagou o dote” para casar-se com ela; e deu a ela o penhor do seu próprio Espírito (II Coríntios 1:22, 5:5; Efésios 1:13-14). Assim como na tradição antiga, Ele não buscará a Noiva para o casamento, Ele virá até ela: “...Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!” (Mateus 25:6b). Ele substituiu a sua Igreja no Calvário para adquiri-la como esposa.      

i-                   O REI ASSUMINDO A MISÉRIA HUMANA
Nada na Terra poderia ser comparado à abundância de que desfrutava o primeiro Adão, especialmente no Jardim chamado Éden. Era a plenitude da riqueza na essência e na literatura da palavra. Deus supriu o homem com toda a abundância da Terra para sua provisão sobeja (Gênesis 1:29-30). Adão tinha acesso a toda abundância e às regiões ricas em preciosos minérios (Gênesis 2:11), com a única responsabilidade de ser o administrador de tudo (Gênesis 2:15) E toda esta glória da Terra Original representava a perfeita vontade de Deus para o homem criado à sua imagem e semelhança. Note que a Queda (Gênesis 3:6-7) além de ter comprometido esta benção da Terra (Gênesis 3:17-18), ainda legou Adão à realidade do trabalho excruciante e penoso (Gênesis 3:19a). A Obra Redentora e Substitutiva do Último Adão (I Coríntios 15:45), Jesus Cristo, diz respeito ao estado do homem em relação à Terra e a sua provisão, “porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.” (II Coríntios 8:9). Aos que compreendem e crêem nas implicações da Redenção Substitutiva, o suprimento das necessidades não será básico, será em glória (Filipenses 4:19). Pela abundância de sua graça redentora, podemos viver “...tendo sempre, em tudo, toda suficiência...” (II Coríntios 9:8). Devemos estar preparados, como Igreja, para ser provados em qualquer âmbito de nossa existência terrena (Filepenses 4:12-13), porém, devemos compreender o âmago da vontade de Deus a este respeito: “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:19).  

ii-                O REI ASSUMINDO A MALDIÇÃO HUMANA
A Benção de Deus era a realidade absoluta do primeiro Adão. Ele andava sob esta benção, vivia nesta benção, desfrutava desta benção. Esta benção estava condicionada a um único critério: a obediência (Gênesis 2:16-17). Após a desobediência deliberada do homem, lhe sobreveio a  terrível maldição do Pecado, pois “...cada um tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado gera a morte.” (Tiago 1:14-15). Assim, o Pecado é uma maldição que gera maldição. Mas se esta Maldição estava irreversivelmente sobre o gênero humano por causa da transgressão de Adão (Romanos 5:12), ou seja, por ser uma maldição pela transgressão, era a maldição da Lei, e a única forma de revogar esta maldição era outro Adão assumi-la para quebrá-la definitivamente. O Último Adão assim o fez: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro.” (Gálatas 3:13). Jesus Cristo foi o substituto legal da maldição que estava sobre nós. Estando em Cristo não há mais maldição, portanto, toda maldição enviada contra os redimidos e substituídos, é como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha no seu vôo, não virá (Provérbios 26:2). A maldição veio pelo primeiro Adão que caiu, mas a benção veio pelo Último Adão que nos substituiu e venceu. “...porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15). 

iii-              O REI ASSUMINDO A ENFERMIDADE HUMANA
A penetração da maldição do Pecado no homem gerou conseqüências devastadoras em sua composição física. As células de Adão que até a Queda eram imortais e incorruptíveis, iniciaram seu processo degenerativo em direção à morte. Doenças, pragas, pestes, epidemias, todos estes males que combatem contra a saúde humana, são conseqüências diretas do Pecado Original. A expectativa de vida biológica do homem tornou-se cada vez menor ao longo dos séculos (Gênesis 5:1-32; 6:3). Assim como os efeitos nefastos do Pecado tem sido gradualmente destruidores no corpo humano, os gloriosos efeitos da Redenção são gradualmente restauradores durante os séculos. No corpo do Último Adão, Jesus, teve início a restauração do corpo do homem, pois Cristo foi também o substituto legal da condenação das enfermidades, levando sobre si todas as nossas doenças para que pelas suas feridas fossemos curados (Isaías 53:4-5). O apóstolo Pedro confirmou isto ao declarar: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Saúde é o plano e o desejo de Deus para todos os redimidos (III João 2). Antes da Segunda Vinda de Cristo estaremos vivendo o ápice dessa Restauração (Atos 3:19-21), em que não somente a expectativa de tempo de vida aumentará, mas até mesmo a mortalidade infantil será erradicada: “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado.” (Isaías 65:20). Ele nos substituiu para que vivamos muitos anos (Salmo 91:16). Evidentemente, até o glorioso Dia da Ressurreição (por ocasião da Segunda Vinda de Cristo), precisaremos dos dons de cura (I Coríntios 12:9), e ela está à disposição de todos os redimidos (Tiago 5:14-15), pois esta é a natureza de Deus revelada em Cristo, nosso Substituto:  “...eu sou o Senhor, que te sara.” (Êxodo 15:26).  

iv-              O REI ASSUMINDO O PECADO HUMANO
A centralidade da obra substitutiva está no fato do Pecado. O Pecado é a fonte de toda calamidade, desgraça, e mal da humanidade, assim, o Pecado do gênero humano contraído pelo primeiro Adão, precisava, no prisma da justiça de Deus, ser assumido pelos transgressores (nós), através de um ato expiatório definitivo. O Último Adão, e Rei, Jesus Cristo, nosso Salvador, assumiu esta impagável dívida da raça humana. A espécie de Homem mais perfeita que já existiu, foi o sacrifício perfeito (João 1:29) que Deus aceitou e se agradou (Isaías 53:10a), portanto, Nele, somos feitos não somente justos e justificados, mas a própria justiça de Deus. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (II Coríntios 5:21). Todo ser humano na face da Terra deve compreender a natureza singular de Cristo e a abrangência de sua obra redentora na cruz, pois “...ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.” (Isaías 53:5). Na verdade, Deus, o Criador, colocou na Terra somente dois Homens, um criado (Gênesis 1:27), e outro gerado (Hebreus 1:5), e os mesmos por sua vez, deram origem duas gerações de homens segundo a sua espécie. Esta é parte essencial do Evangelho do Reino: “porque, como, pela desobediência de um só homem [o 1º rei, Adão], muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um [o Último Rei, Jesus], muitos serão feitos justos.” (Romanos 5:19). O Último Adão e Rei, Jesus Cristo, “...é a propiciação [substituição] pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I João 2:2). Para entrarmos nos direitos dessa substituição e receber o a justiça divina em nós, basta trocarmos de lei (Romanos 8:1-2), e vivermos no Espírito, pois Deus, “...enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” (Romanos 8:3-4).

Conclusão
Sim, esta é a grande e verídica história do Grande Rei, que condenou à morte (com justiça) por rebelião seus filhos que estavam em outra colônia do reino, mas, para poupá-los da execução dessa condenação, enviou seu amado Filho, o herdeiro de seu trono, para esta colônia, para viver entre seus irmãos, viver suas emoções, sofrer suas tentações, sentir suas dores, e, por fim, ser morto por seus irmãos, para que, através de sua morte ele pagasse a dívida dos mesmos. Após isto, cabe agora a esses irmãos se arrepender, e crer nesse poder redentor do Rei que foi morto, porém, ressurgiu de entre os mortos, e reconhecê-lo como Senhor de suas vidas para reinar juntamente com Ele (Romanos 5:17). Deus Todo Poderoso, enviou seu Filho Jesus Cristo (nosso “irmão mais velho”), feito homem, para interagir em nossa realidade, morrer por nossos pecados, e nos trazer de volta à família real. O que cada homem tem a fazer é crer com o coração, confessar com os lábios, e viver à altura desta fé (Romanos 10:8-11; Gálatas 2:20). O Rei foi nosso SUBSTITUTO em toda nossa condenação. Glória a Deus! 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A REDENÇÃO COMPLETA DO REI


Introdução

A mensagem do Evangelho do Reino é uma mensagem essencialmente redentora em seu conteúdo, pois diz respeito a uma primeira espécie real que fracassou trazendo a morte e o caos para toda a criação e criaturas, e sobre o Rei que, fazendo-se servo, trouxe restauração desse estado caótico através de sua obra expiatória, estabelecendo assim, o Reino que o Criador anelava desde o princípio. O fato é que ao longo dos séculos o caráter pleno e definitivo desta poderosa obra redentora tem sido diluído pela teologia, tornando assim a Igreja uma “peregrina intrusa” na Terra, que é encorajada por essa teologia a não empreender esforços de conquista aqui, pois anseia por um ideal relativo de céu. Esse escapismo que tem sido a escatologia predominante a pouco mais de um século, que fala de uma forma de “arrebatamento invisível” que tirará a Igreja de sua labuta terrena, produziu uma mentalidade derrotista na Igreja que deveria ser militante, restringindo a obra da Redenção meramente ao âmbito da alma humana. A Redenção efetuada por Jesus Cristo, como já dissemos anteriormente, foi completa, tanto com relação à criação inanimada, como à criatura, “todas as coisas”. (Colossenses 1:20). E especialmente a criatura, tem sido redimida em sua totalidade, apenas aguardando uma coroação definitiva, que dentre outros aspectos nos garante um corpo glorificado (I Coríntios 15:52-58).

i-                    A REDENÇÃO DA IMAGEM DIVINA NO HOMEM

A diferença de uma imagem de TV normal, HD, Full HD ou ruim e cheia de chuviscos, é a sintonia com o satélite. Se movermos o receptor exatamente em direção à face do satélite, teremos uma imagem perfeita, e qualquer desvio dessa posição poderá comprometer a qualidade da imagem. A obra redentora de Cristo possibilitou ao homem, outra vez mover seu coração em direção à face do Deus Criador. O primeiro Adão começou a perceber as primeiras “interferências” na imagem divina em si quando colocou seu “receptor” debaixo de uma árvore proibida; até então ele não havia perdido a imagem de Deus (Gênesis 1:27), mas ao comer do fruto, logo ele percebeu que tudo ao seu redor começou a perder a beleza, a vida e cor, inclusive ele. Era necessário erguer num lugar elevado, uma “antena” de alta qualidade para restaurar ao homem uma imagem de alta qualidade; mas somente alguém perfeitamente qualificado poderia erguer essa antena sob a tempestade da ira de Deus. Quatro mil anos depois de péssima imagem, Jesus Cristo, no alto do Monte Calvário “fixou” a cruz diante do Pai, e através dela, para o corpo de Jesus convergiram todos os pecados do homem caído, e consequentemente, toda ira de Deus recaiu sobre ele, para que a humanidade fosse restaurada pela fé à imagem divina. Desde a eternidade Jesus nos predestinou para ser à sua imagem (Romanos 8:29). O que é maravilhoso, é que em breve, a qualidade de imagem dos filhos de Deus será ainda superior. “E, assim como trouxemos a imagem do terreno [Adão pós-Queda], assim traremos também a imagem do celestial [Cristo glorificado].” (I Coríntios 15:49).

ii-                  A REDENÇÃO DA AUTORIDADE DIVINA NO HOMEM
Como já dissemos, o texto áureo da delegação da autoridade real divina ao homem é Gênesis 1:26 “...Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” O substantivo domínio, em sua tradução original (hebraico) é “RADAH”, que significa: REINO, SOBERANIA, GOVERNO. Assim, o propósito original do Criador era que o homem estabelecesse aqui na Terra um Reino soberano e a governasse sob a regência e as qualidades do céu. Como todas as demais graciosas dádivas da Criação Original, com a Queda, essa autoridade foi perdida. E assim como todas as demais dádivas perdidas, a Redenção restaurou também a Autoridade do homem (redimido). O homem redimido possui autoridade divina sobre (1) o Mundo (I João 4:5); (2) o Pecado (Romanos 6:14); e (3) o Diabo (Lucas 10:19). Não resta neste universo nenhuma forma ou fonte de autoridade que não tenha sido transferida ao Senhor Jesus Cristo, e foi com essa autoridade que ele nos comissionou e enviou. “...É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinais todas as nações...” (Mateus 28:18-19). A Igreja como Agência do Reino de Deus na Terra, neste tempo do fim, exercerá sua Autoridade Real sobre todo este sistema corrompido chamado “mundo” (do grego “cosmo”), vivenciará um tempo de santidade coletiva sem precedentes na história exercendo essa autoridade sobre a força do pecado, e como nunca antes, destruirá todas as fortalezas das trevas neste planeta. Esta autoridade, ou poder delegado, consiste na suprema realidade da habitação de Deus em nós, redimidos (Colossenses 1:27), pois Ele nos enviou seu próprio Espírito para nos garantir tal poder (Atos 1:8). 

iii-                A REDENÇÃO DA COMUNHÃO DIVINA NO HOMEM
A maior dádiva de Deus para o homem era sua inigualável comunhão. A palavra comunhão (gr. “koinonia”) significa: intimidade, cumplicidade, amor etc. O tipo de relacionamento entre Deus e o homem não estava baseado em alguma mediação humana ou ritual, era uma amizade reverente entre Pai e filho. O primeiro rei, Adão, abdicou desta maravilhosa dádiva dando ouvidos à Serpente. Adão e toda a espécie humana perderam esta comunhão paterna com o Criador e Pai. Mas o último Adão, o Rei Jesus redimiu este relacionamento, tornando outra vez possível este relacionamento íntimo e glorioso. A Obra Redentora de Cristo Jesus reconciliou o homem com Deus, “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (II Coríntios 5:19). Na verdade, toda a criação foi reconciliada a Deus por meio daquele poderoso e precioso (I Pedro 1:18-19) sangue vertido na cruz. “porque foi do agrado do pai que toda a plenitude nele [o Rei Jesus] habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele [do Rei Jesus] reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.” (Colossense 1:19-20). A reconciliação foi completa através das Redenção do Rei.

iv-                A REDENÇÃO DA GLÓRIA DIVINA NO HOMEM
O tipo de comunhão supracitada estava além do mero testemunho interior do Espírito Santo no espírito do primeiro rei (Adão), na verdade, Adão era constantemente envolvido por uma experiência de êxtase indescritível, seus olhos nunca viram alguma manifestação antropomórfica (forma humana) de Deus (I Timóteo 6:16). Perdida esta comunhão o ponto de contato para ao menos vislumbrar a glória de Deus era a invocação de seu nome iniciada por Enos (Gênesis 4:26), pois desde então, todo homem oriundo da “primeira espécie”, foi completamente destituído da glória de Deus (Romanos 3:23). Moisés desfrutou de uma discreta e diluída fração desta glória no Monte Horebe (Êxodo 34:29-30), mas o fato é tudo era apenas lampejos do desejo de Deus de restaurar o homem à sua glória. Eis aqui a glória do último e glorioso Rei Jesus, o Cristo: Ele restaura o homem à glória de Deus justificando-o por sua graça e REDENÇÃO. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:23-24). Em Cristo, somos não mais expostos à glória de Deus externamente, mas esta glória divina é depositada em nós, brilha em nós, e cresce em nós à medida que absorvemos a imagem de Cristo (II Coríntios 3:13-18). O Rei Jesus Cristo em nós, esperança da glória definitiva (Colossenses 1:27), assim, reinamos em vida por Ele (Romanos 5:17).

Conclusão

A plenitude desta poderosa Redenção é o fato do Evangelho do Reino. Deus, em Cristo consumou todas as coisas, redimindo tudo e resgatando para si mesmo. Desde a obra redentora do Calvário, os efeitos da mesma, vem fazendo convergir para Deus, através da Igreja, todo o universo. O Rei Jesus Cristo é a Pedra, que já foi lançada sobre a Terra, e já deu início ao Reino que que consumirá todos os reinos da terra e não terá mais fim (Daniel 2:44). Não se engane, esta profecia de Daniel se cumpriu no primeiro advento do Rei Jesus. Daniel teve a visão do Cristo vencedor entrando na presença do Pai após ter consumado a obra da cruz, recebendo o Reino e o o poder para sempre. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar a ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.” (Daniel 7:13-14). A Redenção do Rei foi plena, completa e definitiva, e culminará em breve diante de toda a Terra, diante de nossos olhos. Aleluia!