Após os
primeiros trezentos da Igreja, a cristandade entrou em um período de densas
trevas, onde o nível de revelação espiritual se tornou muito escasso, e surgiu
a necessidade de sucessivos concílios ecumênicos para sistematizar uma
estrutura doutrinária coerente e unânime. Em conseqüência disso, surgiram
também muitas heresias perigosas e muito extremismo apologético. Desde então, o
Espírito Santo vem promovendo periódicos moveres de reforma espiritual, dentre
os quais a Reforma Protestante foi a mais destacada historicamente. Deus está
literalmente restaurando todas as coisas até aqui, e esta Restauração terá sua
culminância nos tempos finais, imediatamente anteriores à Segunda Vinda de
Jesus Cristo (Atos 3:19-21).
Estamos definitivamente
vivenciando neste tempo esta “restauração
de todas as coisas” (Atos 3:19-21), embora este tempo não possa ser vislumbrado e
experimentado na plenitude por aqueles que possuem uma mentalidade
institucionalizada de “Igreja”. Na verdade esta mentalidade institucionalista é
produto de um modelo babilônico que prima pela ostentação de ideais meramente
denominacionais. Estes, cujas mentes, propósitos e motivações giram em torno de
seus pequenos impérios denominacionais, estão bloqueados para uma absorção de
visão profética e conhecimento dos tempos de Deus. Mas aqueles que ha algum
tempo sentiam uma inexplicável insatisfação com o atual sistema eclesiástico,
agora, podem compreender que neste Tempo de Restauração Total, os propósitos do
Reino de Deus e os fundamentos da Igreja, estão sendo renovados através do
ministério de apóstolos e profetas desta geração (Efésios 2:19-20; 3:5).
Como todo
movimento de reforma espiritual da história da Igreja, este novo mover que
alguns teologicamente chamam de “restauracionismo”, é caracterizado por alguns
fundamentos. Na verdade, são áreas que estão sendo restauradas pelo Espírito
Santo de Deus, dentre as quais cinco se destacam.
1-
O MOVER APOSTÓLICO
A Igreja de Jesus Cristo nasceu
apostólica e permaneceu apostólica nos primeiros trezentos anos de sua
existência, esta é a sua natureza, esta é a sua identidade imutável, embora
tenha sido “mudada”. Para dar início à obra de expansão de seu Reino na terra,
Jesus não comissionou doze pastores, profetas, evangelistas, ou mestres, mas
doze apóstolos; as colunas da Nova Jerusalém são apostólicas, o fundamento da
Igreja é apostólico; Jesus Cristo, como Único Sumo Sacerdote definitivo, é
essencialmente o Apóstolo (Hebreus 3:1). O apostólico era a peça final que
faltava para o início da Restauração Divina. Não é um título eclesiástico, é
uma unção, não é um cargo, é um dom, não diz respeito a uma pessoa, mas a uma
geração. O apostólico é um estilo de vida, aliás, o único estilo de vida
idealizado por Deus para seu povo. Israel não compreendeu sua vocação
apostólica, e o Senhor a transferiu para a Igreja, que a renegou no meio do
caminho, mas agora, o apostólico está sinalizando e conduzindo a Igreja para o
maior e mais impactante avivamento que o mundo já viu. Evidentemente, há um
falso mover apostólico, o que não nos dá concessão de rejeitar o verdadeiro,
assim como há sempre houve falsos apóstolos. A Igreja está outra vez recebendo
a liderança divina por meio de ministros apostólicos e apóstolos genuínos.
Escândalo para os impérios denominacionais e refrigério para os santos eleitos
de Deus. É um mover irresistível e inevitável, embora muitos, mesmo
reconhecendo sua credibilidade, por seus vínculos institucionais, não ousam
aderir. “E muitos sinais e prodígios eram
feitos pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de
Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo
tinha-os em grande estima.” (Atos 5:12-13). Estes são tempos apostólicos de
Restauração.
2-
A RESTAURAÇÃO DOS CINCO MINISTÉRIOS
O mover apostólico foi precedido
pela restauração da vigência e harmonia dos cinco dons do ministério cristão (Efésios
4:11). O Espírito de Deus vem ao longo dos anos, especialmente no século XX,
estes cinco ofícios espirituais em operação e reconhecimento. Com isto, Deus
reequipou sua Igreja para o cumprimento pleno de seu propósito global de
neutralizar a força das trevas e desencadear o maior avivamento de toda a
história da cristandade. As atividade e harmonia dos cinco ministérios
promoverão (1) o aperfeiçoamento dos santos para o trabalho do Reino; (2) a
construção completa da Igreja Mística; (3) a verdadeira unidade de fé; (4) o
conhecimento revelado do Filho de Deus; (5) a Igreja à perfeita imagem e
semelhança de Jesus Cristo; (6) a extinção da inconstância espiritual e
doutrinária; (7) o crescimento completo na verdade em amor. Tudo isto só pode
chegar à sua realidade plena através da funcionalidade harmônica dos cinco
ministérios, e este processo já está em pleno andamento.
3-
A PATERNIDADE ESPIRITUAL
A Igreja por ter se
institucionalizado, desenvolveu uma forma de relacionamentos árida e cheia de
interesses políticos. A conexão entre a cristandade e suas lideranças
espirituais passou a basear-se em aspectos meramente administrativos. Neste
modelo de “igreja” o fiel agregado não passa de membro, e adere aos parâmetros
estatutários, mas não recebe um “DNA espiritual” para tornar-se filho.
O princípio da paternidade
espiritual norteou o governo eclesiástico e os relacionamentos na Igreja
Apostólica primitiva. Bispos eram ordenados sobre jurisdições geográficas sob a
orientação e liderança paternal dos apóstolos. Paulo de Tarso foi o pioneiro
desta configuração bíblica e salutar de governo. Diversas igrejas formavam
grandes redes de comunhão, intercessão e expansão do Reino de Deus.
Parece claro que não existe um
respaldo escriturístico para a terminologia “cobertura espiritual”, porém, o
âmago e a essência deste princípio permeiam toda a realidade da Igreja do
primeiro século. Pode-se dizer que não cabe o termo cobertura, pois as trevas
não atacam a Igreja por cima visto que a cabeça é Jesus Cristo, mas atacam os
fundamentos. E é exatamente isto que tem ocorrido ao longo dos séculos, os
fundamentos da Igreja têm sido atacados; o fundamento da fé, o fundamento da
esperança, e o fundamento do amor, por isso, doutrina contaminada, pessimismo e
incerteza quanto ao futuro, e alianças frágeis. Assim, emerge a necessidade,
sim, de cobertura, mas a cobertura dos fundamentos de cada membro do corpo do
Cristo. Para tanto, precisamos lembrar que o fundamento da Igreja é imutável, e
está sendo restaurado em nosso tempo, estamos “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus
Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado,
cresce para templo santo no Senhor.” (Efésios 2:20). Líderes dotados de um
dos cinco ofícios do ministério devem assumir seu papel de pais edificadores, e
discípulos do Reino devem assumir o papel de filhos edificados, enquanto
crescem para se tornarem pais também. Este o ciclo da vida natural e o ciclo da
vida no Reino.
4-
A UNIDADE DO CORPO DE CRISTO
O sistema denominacional tomou uma
proporção demasiadamente oposta aos propósitos do Reino de Deus. Tal qual a
filosofia que motivou a construção da torre de Babel: “...façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados” (Gênesis 11:4),
isto não é unidade real, é uma junção facciosa em torno de um ideal egoísta. As
tribos de Israel formavam um único povo que sacrificavam a um único Deus. À
líderes que esperavam que todos fossem discípulos apenas em seu “grupo”, Jesus
disse: “...quem não é contra nós é por
nós.” (Lucas 9:49-50). O motivo central da descrença do mundo na singularidade
e senhorio de Jesus Cristo, é a divisão da Igreja. “...que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que
também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”
(João 17:21).
Este é um tempo de restauração da
unidade real. Não é uma fusão de denominações, tão pouco uma “mudança de
placas”, ao contrário, é a conscientização revelada da necessidade premente de
unidade. O corpo de Cristo trabalhando em harmonia, para chegarmos não em uma
unidade cultural, teológica, litúrgica; mas na verdadeira unidade, a unidade da
fé (Efésios 4:13). Grandes coalizões e redes de igrejas locais sintonizadas no
mesmo ideal divino, o Reino de Deus na Terra. Juntas em clamor a Deus dizendo,
não “venha a mim”, mas venha a nós o teu Reino.
Pastores e igrejas que não trabalham
em favor da promoção da unidade, serão excluídos do plano de Deus neste tempo.
Todo ideal que prima pelos interesses de uma denominação, relegando os
interesses do Reino de Deus a um papel secundário, passaram a definhar
espiritualmente até que não haja mais fôlego de vida espiritual. A única
salvação para as denominações é entrarem neste mover de unidade do Reino.
5-
O EVANGELHO DO REINO
O Evangelho de Cristo é o Evangelho
do Reino (Mateus 4:17, 23); O Evangelho dos apóstolos é o Evangelho do Reino (Lucas
9:2; 10:8-11); o evangelho do apóstolo Paulo era o Evangelho do Reino (Atos
19:8; 28:23); o Evangelho dos evangelistas e pregadores primitivos era o
Evangelho do Reino (Atos 8:12); o Evangelho pregado a partir do ministério de
João Batista é o do Reino (João 3:2; Lucas 16:16).
O âmago deste Evangelho do Reino
foi deixado de lado ao longo dos séculos, mas agora, está sendo restaurado
neste mover apostólico.
O Evangelho do Reino enfatiza: (1)
o arrependimento como condição para salvação; (2) a expansão e a vitória final
do Reino de Deus na Terra; (3) a destruição dos últimos impérios satânicos
resistentes.
Há muito mais a ser restaurado e revelado. Por
isso, precisamos estar conectados com o propósito divino e o mover profético.
Tempos empolgantes vêm por aí.
Extremamente Divino Pr. Eneas Ribeiro.
ResponderExcluirMeus parabes,aprendi muito aqui
E que Deus venha nos dar Graça para Aplicar no dia a dia de nossas vidas.....Dany Boy