sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Cristo Assentado


"...havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas.
"Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus."

                Parece-nos paradoxal a Divindade em posição fisicamente estática e de repouso, especialmente por se tratar do único e verdadeiro Deus, que se expressa sempre em plena atividade (Isaías 64:4; João 5:17). Evidentemente que trata de uma linguagem antropomórfica, ou seja, característica inerentes ao homem atribuídas a Deus de forma a compreendê-lo em nossa realidade.
                Entendo que que o Cristo Assentado tem pelo menos quatro significados:

1- INTERCESSÃO CONTÍNUA
                O posto à direita do Deus Todo-Poderoso, Juiz de toda a terra, era um desocupado até o advento de Jesus Cristo; é simplesmente o lugar da intercessão e da mediação. Ninguém poderia ocupar este lugar a não ser o Filho Unigênito de Deus. Em dispensações passadas os homens anelavam por um intercessor junto à Deus, Jó, em seu estado de assolação clamou: "Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo!" (Jó 16:21). Ele desejava alguém que fosse seu fiador junto a Deus (Jó 17:3), e a cadeira do fiador estava vaga. Mas quando Cristo assentou-se, Ele preencheu a vaga de Mediador (1ª Timóteo 2:5) e a de Fiador (Hebreus 7:22). Ele intercede continuamente pela humanidade, especialmente por seu Eleitos. Somente Ele intercede por nós e mais ninguém. Ninguém pode nos condenar, ninguém pode nos acusar, pois Ele está assentado e intercede por nós (Romanos 8:33-34)

2- AUTORIDADE SUPREMA
                Autoridade é delegação de poder sobre algo ou alguém, no caso de Jesus sobre tudo e todos (Mateus 28:18). Estar assentado à direita de Deus significa a posse da suprema autoridade divina. Assentado Ele detém o governo e o controle sobre toda situação; aconteça o que acontecer Ele continua assentado, ou seja, Ele não se desespera, Ele não se decepciona, Ele não se abala. Judá se abalou com a morte do grande rei Uzias, mas em sua visão, Isaías não viu um Deus preocupado, e sim assentado; Aconteça o que acontecer Ele continua no controle de sua vida e sua história. Ele tem autoridade sobre a morte, sobre o inferno, sobre o diabo, sobre as enfermidades, sobre a depressão... E o melhor de tudo é Ele compartilha com sua Igreja dessa autoridade (Lucas 9:1; 10:19). Eis os três fundamentos da autoridade da Igreja: (1) Todos os principados do inferno estão destronados (Colossenses 2:15); (2) Jesus está assentado no Trono de Autoridade (Efésios 1:20); e (3) Estamos assentados com Jesus Cristo (Efésios 2:6), isso mesmo, é quase uma linguagem "teomórfica", Deus em Cristo não somente nos faz participantes de sua própria natureza divina (2ª Pedro 1:4), mas nos faz também participantes da autoridade divina.  
               
3- OBRA CONSUMADA
                Jesus não deixou nada por fazer, Ele completou sua obra, completou seu ministério. Ele foi perfeito na operação de seu desígnio divino; do nascimento virginal à ressurreição de seu corpo físico, Ele cumpriu todo o plano de Deus Pai, o bom prazer do Senhor prosperou na Sua mão (Isaías 53:10). Ele veio, pregou, ensinou e curou; Ele cumpriu a missão messiânica (Isaías 61:1-2; Lucas 4:18). Quando Ele bradou: "Está consumado" (João 19:30) do grego: "tetelestai" que significa: Está feito, está completado, está concluído, e "ESTÁ PAGO!" Ele estava dizendo: A minha parte eu já fiz, o pecado foi expiado, o diabo foi derrotado, o mundo foi reconciliado com Deus, a morte perdeu seu principado, e a divida do pecado foi totalmente paga. Ele fez tudo o que se propôs a fazer, mas agora deixou a...

4- RESPONSABILIDADE DA IGREJA
                Isso mesmo, o Cristo assentado significa que agora temos uma tremenda e urgente responsabilidade, o IDE (Marcos 16:15). Ele nos enviou, agora não adianta fazer orações comodistas como: "Deus, visita os hospitais!; visita os presídios!; visita as favelas!" A resposta vem direta do Trono, do Cristo assentado: "VISITE VOCÊ, A MINHA PARTE EU JÁ CONSUMEI!". Não estamos sós; Deus se fez carne em Jesus, e Jesus assentou-se e habitou em Espírito em nossa carne. Cristo foi o corpo de Deus (Colossenses 2:9) e nós (a Igreja) somos o Corpo de Cristo (1ª Coríntios 12:27). Quando formos Ele estará conosco, quando falarmos Dele Ele nos inspirará, quando impusermos as mãos sobre os enfermos Ele curará.
               
                Não fique aí assentado, levante-se e pregue, pregue, pregue! É a mais importante tarefa que o CRISTO ASSENTADO nos outorgou! Glória a Deus! 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

SERMÃO: "Duas Condições e Três Promessas de Avivamento"

"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor." Atos 3:19

Este é um trecho do segundo grande sermão dos primórdios da Igreja Primitiva, a pregação de Pedro. Em uma exortação contundente e sem meias palavras, Pedro conclama seus ouvintes para um avivamento pessoal. Em suma, receber avivamento é sair do estado de morte espiritual para a vida abundante provida por Cristo. Essa maravilhosa condição está restrita a pelo menos duas condições irrevogáveis e três consequências ou promessas infalíveis.

1ª CONDIÇÃO: ARREPENDIMENTO. A cristandade moderna perdeu a noção bíblica e teológica do termo arrependimento; parece que na concepção dos crentes e pregadores da atualidade, o arrependimento é um mero sentimento similar ao remorso. Vejamos três características graduais do verdadeiro arrependimento: (1) Uma profunda convicção do próprio estado pecaminoso e distância de Deus; (2) Uma profunda necessidade de aproximar-se de Deus e encontrar paz interior; e (3) Uma profunda tristeza oriunda do próprio Deus (1ª Coríntios 7:10)

2ª CONDIÇÃO: CONVERSÃO. O termo conversão é-nos muito familiar especialmente na linguagem do trânsito; "mudança total de direção". Uma das mais grosseiras heresias do evangelicalismo moderno é a idéia de que a conversão se dá por ocasião de uma oração feita liturgicamente pedindo que Jesus entre no coração. A verdadeira conversão é uma radical mudança de estilo de vida e mentalidade, trocamos a cultura do mundo pela cultura do Reino de Deus, e a mente secularizada e carnal pela Mente de Cristo.

1ª PROMESSA: PECADOS APAGADOS. O "arquivo" de pecados em nossas vidas, cometido sob o tempo da ignorância é totalmente deletado do memorial divino. Evidentemente que essa "borracha da compaixão" também apaga pecados cometidos sob a graça, desde que os mesmos não sejam atos pecaminosos deliberadamente voluntários (Hebreus 10:26). Sendo meros deslizes de nossa conduta, sem nos apartarmos da luz, ainda podemos contar com o poder justificador do maravilhoso Sangue de Jesus (1ª João 1:7).

2ª PROMESSA: TEMPOS DE REFRIGÉRIO. Especialmente neste século marcado por uma avassaladora sobrecarga emocional, que tem classificado a depressão como o mal do século, a alma humana carece do verdadeiro refrigério, sim, um frescor na alma que dissipa o calor das pressões, angústias, mágoas, ódios... O refrigério do avivamento diz respeito à paz produzida pelo meigo chamado do Mestre: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei." (Mateus 11:28). Quero, porém, sem preferências dogmáticas ou denominacionais, que nenhuma dádiva divina é tão geradora de refrigério quanto a oração do espírito (I Coríntios 14:2), e mencionando a oração em línguas (I Coríntios 14:21), Paulo se reporta à promessa do Antigo Testamento: "Pelo que, por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo, ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; este é o refrigério; mas não quiseram ouvir." (Isaías 28:11-12). Não podemos negar que o advento mundial do pentecostalismo restaurou esta ênfase, e hoje, precisamos reconhecê-la bíblica e coerentemente. A oração do espírito (línguas) é o prometido refrigério.

3ª PROMESSA: PRESENÇA DO SENHOR. O refrigério supracitado não vem, porém, sem o próprio âmago desta graça, que é a Presença do Senhor em nós. O avivamento diz respeito não ao refrigério como um fim, à presença divina permeando nossos ambientes e habitando abundantemente em nós. O segredo da vida espiritual de Moisés e Davi estava justamente em seu anelo, não pelo poder de Deus, mas por Sua Presença (Êxodo 33:15, 18; Salmo 63). Um pregador itinerante, cantor ou turista cristão, pode estar em muitos lugares, mas o único lugar onde ele deve desejar estar, é na presença do Senhor. Tem havido escassez dessa presença nas igrejas hoje, as cantarolas técnicas têm substituído os altos louvores à Deus, a adoração espontânea e entusiasta têm sido substituída pelo formalismo de uma platéia de espectadores do culto, a santificação e separação bíblica tem sido substituída pelo secularismo no contexto eclesiástico e episcopal, a pregação da palavra de Deus tem sido substituída pela exposição erudita de vãs filosofias que preenchem o intelecto e esvaziam a alma; e por fim, a fumaça da glória tem sido substituída pela fumaça de palco, produzida não pela Presença do Senhor, mas uma vil máquina. Oh! queridos irmãos, isto é caótico, mas não perca as esperanças, seja diferente, não se conforme, e saiba, se cumprirmos os pré requisitos divinos, brevemente veremos um poderoso avivamento, ele já está por vir. Glória a Deus!