A terapia da perseguição
Mateus 5:10-12
Introdução
O dia 03 de Junho foi estabelecido como o DIP, Domingo da Igreja Perseguida, assim, segue abaixo uma porção da mensagem que ministrei na COGIC Missão da Fé Apostólica neste dia.
1-
Peneirados pela
Perseguição
Acredito que nada na história da Igreja a tornou tão madura e poderosa
quanto a perseguição, por isso a trato aqui como uma terapia divina.
O aspecto positivo mais forte da perseguição é a sua extraordinária
capacidade de diferenciar, distinguir e selecionar os verdadeiros dentre os
falsos. Em todo período de perseguição sempre houve os mártires e os heróis da
fé que optavam por perder a sua vida, mas não negavam sua fé em Cristo (Mateus 16:25). Por outro lado, a
perseguição sempre revelou a mediocridade espiritual de crentes “light”, cuja
fé está apenas fundada nas promessas dos bens do presente (1ª Coríntios 15:19). E não se engane meu irmão, nestes tempos do
fim haverá aqueles que negarão sua fé (1ª
Timóteo 4:1), porém, “mas aquele que
perseverar até o fim será salvo” (Mateus
24:13). Quando Paulo estava no momento de mais intensa perseguição de sua
vida e ministério, foi abandonado por um “crente anão” chamado Demas (2ª Timóteo 4:10).
A diferença entre o justo e o ímpio, entre o que verdadeiramente serve
a Deus e o que não serve (Malaquias 3:18)
se revela em tempos de perseguição. Os maiores moveres de Deus hoje em dia
estão ocorrendo em países cuja Igreja se reúne secretamente em função da perseguição.
Crentes em nações comunistas e muçulmanos estão vivendo em uma dimensão
espiritual que nós jamais imaginamos, pois a perseguição “peneirou” a Igreja
revelando os verdadeiros discípulos de Jesus (Lucas 14:26-27,33).
Ouça atentamente e com cautela, uma perseguição se abaterá sobre a
Igreja que forçará os falsos a apostatarem e os verdadeiros a se manifestarem
com ousadia e poder e clamores como este: “Agora,
pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem
com toda ousadia a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar, e para que
se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus.” (Atos 4:29-30). O resultado deste clamor
é o resultado de nosso clamor ante a perseguição: “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos
foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.”
(v. 31). Na perseguição, Deus moverá
a Igreja com o clamor dos intercessores, o Espírito Santo se derramará “outra
vez” e o evangelho será anunciado com uma ousadia sem precedentes na
história.
2-
Espalhados pela
perseguição
A Igreja parece estar “dançando
ao redor da sarça”, mas não quer ir ao Egito desafiar o Faraó e libertar o
povo. Há uma empolgação e uma euforia com o “crescimento” do seguimento
evangélico, e os crentes se acomodaram dentro das quatro paredes confortáveis
da Igreja, com seu caríssimo ar condicionado e seus bancos estofados de
primeira. Estão todos “unidos” formando um império de “super santos” que não
saem de seu ambiente religioso por nada.
Deus, por sua vontade permissiva viabilizará um meio para espalhar a
Igreja para os povos, a Perseguição.
Note este a grandeza desse texto: “...E
fez-se, naquele dia, uma grande perseguição
contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os
apóstolos.” (Atos 8:1).
A perseguição tirará a Igreja da “toca”, e os templos, embora
importantes, perderão sua grande freqüência em função das grandes cruzadas
evangelísticas. “Mas os que andavam
dispersos iam por toda parte anunciando a palavra.” (Atos 8:4).
3-
Unidos pela
Perseguição
Quero louvar a Deus pela Igreja na China, que debaixo de um esmagador
jugo de comunismo, está cada vez mais unida em seus refúgios secretos,
cultuando a Deus com uma intensidade que me faz sentir vergonha de alguns
cultos em nossas igrejas. Uma atmosfera de comunhão paira sobre os crentes
chineses, que mesmo não tendo ainda uma linha doutrinária estabelecida, estão
se encontrando com Jesus freqüentemente.
Emociono-me com relato da unidade da igreja apostólica primitiva no
tempo de maior perseguição de sua história, quando o sinédrio, os judeus, os
fariseus e seu maior ícone Saulo de Tarso empreitavam uma campanha brutal de
morte e destruição: “E perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações...
Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas
propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha
necessidade. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão
em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração.” (Atos 2:42, 43-46). A grande perseguição
criou entre eles um senso de interdependência e serviço mútuo, que tornava
aquela igreja tão humilde e desprezada na maior força da terra, e o resultado
de tal união não poderia ser outro, CRESCIMENTO, e não “inchaço”. “...louvando a Deus e caindo na graça de todo
o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar.” (v. 47).
A perseguição é parte da terapia divina para a Noiva enferma.
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