terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O RETORNO DA PRESENÇA DE DEUS




"E temeu Davi ao Senhor naquele dia e disse: 
Como virá a mim a arca do Senhor?"
II Samuel 6:9


A duas manifestações distintas da presença de Deus: a Onipresença de Deus, ou seja, Deus está em todas as partes, mesmos onde sua presença não é desejada, e a presença manifesta de Deus, ou seja, quando literalmente Ele vem. É dessa presença que a Igreja precisa, pois é ela que transforma o ambiente, muda os corações, curas os enfermos, refrigera os aflitos, aquece os corações. Essa presença não vem de qualquer maneira, precisamos entender os princípios, não estratégias, nem métodos, mas princípios.

1-    O QUE FEZ A PRESENÇA DE DEUS SER TIRADA DE ISRAEL

i-                   Sacerdotes que não conheciam o Senhor (I Sm 2:12)
Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor.
É realmente paradoxal fazer menção de sacerdotes que não conheçam a Deus, mas este era o caso dos infames Hofini e Finéias, filhos do sumo-sacerdote Eli; é também o caso de muitos líderes cristãos da atualidade, que chegaram no ministério por manobras políticas, sem terem sido de fato chamados por Deus. Estes conhecem a teologia sistemática, conhecem os sacramentos e ordenanças eclesiásticas, conhecem teoricamente sobre Deus, mas não conhecem a Deus. Como tais sacerdotes podem guiar o povo de Deus? 

ii-                A porção de Deus no sacrifício era roubada (I Sm 2:13, 17)
Era, pois, muito grande o pecado desses jovens perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a oferta do Senhor.
Pastores que se ostentam arrancando a lã das ovelhas até sangrar o coro, vivendo como pop stars do evangelho. Não se conformam com a parte justa e bíblica que lhes cabe das ofertas e dízimos do povo de Deus, além disso, não sã fieis a Deus como dizimistas e ofertantes na obra de Deus.

iii-              Imoralidade sexual no ministério e entre o povo (I Sm 2:22)
Era, pois, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação.
Muitos ministros, seja de louvor ou da palavra, ingressaram no ministério com suas bagagens de sexualidade conturbada, o problema não é exatamente este, mas o fato de continuarem a tentar ministrar libertação sem estarem de fato libertos ("libertadores oprimidos"). Adúlteros, fornicários, homossexuais, incontinentes e concupiscentes. Estas inclinações devem estar mortas e contidas pela nova natureza de ministros genuinamente nascidos de novo.  

iv-              Escassez de modelo na liderança (I Sm 2:24)
Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do Senhor.
O líder é um formador de opinião, caráter e personalidade. Líderes avarentos formam seguidores avarentos, líderes irreverentes e chocarrões formam seguidores irreverentes e chocarrões, líderes sensuais formam seguidores sensuais. Há também em nossos dias uma grande falta de líderes nos moldes de Cristo que possam, como Paulo, dizer: "Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo" (I Co11:1).

v-                Liderança acomodada e conformada pelo tempo (I Sm 4:18)
“...Eli caiu da cadeira para trás, da banda da porta, e quebrou-se-lhe o pescoço, e morreu, porquanto o homem era velho e pesado; e tinha ele julgado a Israel quarenta anos.
Poucas coisas são tão deprimentes quanto um líder acomodado com o atual estado de sua vida, ministério e igreja. Não avançam, não evoluem, não planejam, não ousam, não creem. Estão estagnados em seus dogmas, filosofias, e em sua "grande experiência de vida". Não fazem nada para se renovar e não se preparam para o novo de Deus. Estes cairão de seus tronos e não deixarão um legado de avivamento, mas uma história de decadência. 

vi-              O ministério profético da exortação inativo (I Sm 3:13)
...fazendo-se seus filhos execráveis, não os repreendeu.
É deprimente ouvir os sermões motivacionais e de auto-ajuda da atualidade em que pregadores e pastores tomados de um "espírito de frouxidão", injetam comodismo e indolência espiritual na veia do povo. Não exortam para não perder os patrocinadores, não confrontam para não perder os dizimistas; são coniventes com o pecado, com o secularismo e com a mornidão espiritual. Não querem formar cristãos à imagem de Cristo, mas marionetes religiosas à sua própria imagem. 

2-    COMO RETORNARÁ A PRESENÇA

i-                   Com reverência (I Cr 15:2)
Então, disse Davi: Ninguém pode levar a arca do Senhor, senão os levitas; porque os Senhor os elegeu...
Como Davi, muitos crentes estão fazendo algumas coisas certas, mas do jeito errado. Organizam seus ministérios e reuniões para a visitação das massas, mas não para a visitação de Deus. Precisamos rever nossa forma de entrar e se portar na presença de Deus, especialmente no templo. Tomemos como base um tribunal, no qual a entrada e permanência depende da observação de alguns protocolos de respeito à pessoa do Meretíssimo Juiz, postura, ética, pontualidade, roupas... Não deveriamos ter mais elevada reverência para com o Juiz de toda a Terra (Sl 75:4-6). A presença de Deus não se sente confortável em meio a irreverência de pregadores "palhaços" e levitas profanos.

ii-                Com santificação (I Cr 15:14)
Santificaram-se, pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do Senhor...
Parece antiquado falar de santidade nesta geração de uma teologia da "graça barata"; a santificação é o preço para vislumbrar a presença de Deus (Hb 12:14). Não entendo os "ultra-calvinistas" hipócritas quando dizem: "Fulano quer ser santo demais!". Será que devemos ser santos de menos? Não é essa a ordem do Senhor. (Ap 22:11). Santificação é consagração, é dedicação, é separação. Não podemos entender a santificação bíblica no contexto de uma vida dúbia. Canta na noite e canta na igreja, se corrompe no mundo e exerce influência na igreja. Sacerdotes, levitas, pastores, precisamos nos santificar para trazer a presença manifesta de Deus.

iii-              Com renúncia constante (II Sm 6:13)
E sucedeu que, quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis passos, sacrificava ele bois e bezerros cevados.
O dia de 24 horas é uma dispensação de constante renúncia. O nível de renúncia revela o nível de nossa autoridade espiritual e sucesso ministerial. Renunciar é viver crucificado, é morrer para todo o mundo e viver para Cristo (Gl 2:20). Se queremos desfrutar da presença manifesta de Deus, precisamos repudiar aquilo que para outros é normal. Devemos de fato amar o que Deus ama e odiar o que Deus odeia, sem meios termos.

iv-              Sobre os santos e não sobre as programações (I Cr 15:15)
E os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros, como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor, com as varas que tinham sobre si.
É patético ouvir anúncios no rádio, TV, internet e faixas, que anunciam alguma conferência ou congresso de avivamento. Não podemos agendar um avivamento. O avivamento é um ato soberano de Deus. Nossas programações não atraem a presença do Espírito entre nós. Davi organizou um show pirotécnico, uma grande "balada gospel" para trazer a presença de Deus, mas esta presença somente poderia vir nos ombros de levitas e não sobre os carros de bois do mercado religioso. Deus não espera tanto que você adorne as paredes de um templo de tijolos, quanto quer que você adorme primeiro o seu templo, o seu corpo, a sua vida.

v-                Com adoração e louvor entusiasta e alegre (I Cr 15:16)
E disse Davi aos príncipes dos levitas que constituíssem a seus irmãos, os cantores, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos, para que se fizessem em ouvir, levantando a voz com alegria.
Louvo a Deus pois o formalismo religioso no culto cristão está dando lugar a adoração extravagante de adoradores que não concebem a idéia de uma "adoração silenciosa e discreta". Todo nosso ser deve adorá-lo. Espírito, alma, corpo, mente, tudo. A presença de Deus não virá sem fome e sede, e tanto a fome quanto a sede são marcados por sintomas internos e externos. Clamemos pela presença com adoração alegre e expressiva.

"Ó se fendesses os céus e descesses!..." (Is 64:1a)


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