domingo, 4 de setembro de 2011

A TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO


Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
Lucas 12:15

            Longe de exaltar uma ideologia socialmente derrotista e conformista, se faz necessário que esclareçamos o âmago da motivação cristã em relação a esta vida terrena, na verdade a expectativa meramente material em Deus revela a miséria e a pobreza de nossa espiritualidade (I Coríntios 15:19).
No texto em questão Jesus se recusa a se envolver em um litígio de partilha de bens entre dois irmãos, pois percebe o amor desses moços pela perecível riqueza do mundo.
            Visto que o capitalismo norte-americano exportou para o mundo uma famigerada teologia chamada “da prosperidade”, e sabemos o quanto a mesma é discrepante em relação ao verdadeiro evangelho de Cristo, quero propor-lhe uma reflexão sobre uma teologia genuinamente bíblica, a TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO.

1-      Contentamento é evidência de maturidade espiritual
...já aprendi a contentar-me com o que tenho.” (Filipenses 4:11)
 
A teologia da prosperidade é um rudimento para bebês na fé, que só sabem orar o Me dá! Me dá! Me dá! Cristãos amadurecidos já passaram pela fase do “Deus papai Noel”, que existe apenas como um mero provedor de necessidades temporais, isso é leite, e de péssima qualidade. Esses anões espirituais que vivem à procura de escrituras do que Deus pode lhes dar, não podem viver a verdadeira abundância espiritual em Cristo. O apóstolo Paulo em seu estado de maturidade espiritual, passando privações, morando de aluguel, sofrendo assaltos e momentos de fome, aprendeu a TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO.

2-      Contentamento é fruto da verdadeira piedade.
Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” (I Timóteo 6:6)

A verdadeira piedade é suprimento escasso na cristandade moderna, especialmente no clero, haja vista que os ministros modernos estão propagando uma mensagem triunfalista e antropocêntrica (homem no centro). Essa piedade cristã está associada ao senso de contentamento em relação à vida secular. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo a se desvencilhar da demanda avarenta de sua geração, daqueles que tinham o ministério como fonte de riqueza material. Os pastores e líderes evangélicos de nossa geração estão se embriagando com a possibilidade de ganho fácil, renunciando à verdadeira piedade. Líderes, é tempo de aderir à TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO.

3-      Contentamento revela verdadeira humildade.
...não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes...” (Romanos 12:16b)

Sejamos francos e destituídos de demagogias religiosas e vã piedade, alguém que investe absolutamente todo o seu tempo, vida e esforços, em alcançar a grandeza, seja em sua vida acadêmica, profissional ou material, a tal pessoa não pode jamais ser considerada nos padrões bíblicos como “humilde”. Não quero com isso desmotivar o investimento dos jovens em um futuro melhor para si e para a família que desejam construir, mas desejo confrontar os crentes desta geração com uma pergunta divina: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” (Lucas 12:20-21). O crente ambicioso é justamente aquele que teve sua mente sorrateiramente afetada pela teologia da prosperidade, tornando-se um quase megalomaníaco, caçador de “bençãos”. Paulo é extremamente enfático com os crentes de Roma, a capitão mundial da ostentação e riqueza: “Agora, como filhos de Deus, esqueçam as grandes ambições pessoais, e conformem-se com o suprimento básico que Deus nos provê.” (paráfrase)   

4-      Contentamento é prova de uma fé genuína.
Sejam os vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque Ele disse: Não te deixarei, nem te desamparei.” (Hebreus 13:5)

Essa busca frenética e desesperada por suprimento e abundância somente revela uma coisa: não cremos que Deus possa nos suprir como ele prometeu (Mateus 6:25-34). E já que o texto rechaça a avareza tão comum neste século capitalista, devo exortar àqueles que negligenciam àqueles 10% que deveriam ser consagrados ao SENHOR. Qualquer um que, a despeito de suas dificuldades financeiras não trás os dízimos para suprimento da casa do SENHOR, está incorrendo em avareza e, mais do isso, em incredulidade pois não crê que Deus possa prover suas necessidades básicas com seus 90% que na verdade são 100%. E que dizer das ofertas, os filhos do diabo crêem plenamente que Jesus Cristo jamais ressuscitou dentre os mortos, e investem altas somas em dinheiro para propagar esta mentira (Mateus 28:11-15), e muitos dos “santos” da Igreja, dizendo crer na ressurreição não estão dispostos a comprometer seu precioso orçamento na propagação da verdade mais concreta da história, a de que JESUS ressuscitou de fato. Aqueles que não estão dispostos a investir seus recursos na evangelização, ou seja, na mensagem da morte e ressurreição, será que realmente crêem, ou apenas acreditam intelectualmente?
            Oh irmãos! Contentemo-nos com o que temos. Vamos investir os recursos de Deus na obra de Deus, no seu Reino, este é o ideal de todo verdadeiro cidadão do Reino de Deus: “Sem avareza, com contentamento e cheio de fé”. Ele jamais nos deixará ou desamparará. Seja fiel.

                        Conclusão
            “...A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.” (II Coríntios 12:9-10)
            Será que isso é a triunfalista teologia da prosperidade ou é a sã Doutrina do Contentamento? Pense, não com a mente grega e capitalista deste século, mas com a imutável e perfeita mente de Cristo (I Coríntios 2:16).  

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