“E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim...” Neemias 8:4a
Certamente o púlpito tem sido o “objeto de desejo” de muitos aspirantes aos holofotes do ministério cristão moderno. Digo ministério cristão moderno, pois a concepção moderna de ministério implica em glamour e glória humana. O púlpito cristão é o metro quadrado mais disputado dentro do seguimento religioso.
A COGIC - Church Of God In Christ (Igreja de Deus em Cristo) em sua história centenária (1897), tem sido marcada por homens e mulheres de Deus que fizeram deste móvel cristão um lugar empolgante, e nessa breve postagem, queremos ilustrar esse extraordinário paralelo entre a leitura da lei pelo sacerdote Esdras e a vibrante liturgia COGIC.
O texto de Neemias 8:4, é a primeira e única referência a palavra púlpito em toda a narrativa histórica da Bíblia, aqui nasceu o legado da mobília mais sagrada do culto a Deus. Aqui, Neemias revela os propósitos do púlpito.
1- O PÚLPITO É LUGAR DE INTERCESSÃO
“...e estavam em pé junto a ele...” (v. 4b)
Tristemente se percebe em muitas igrejas, que aqueles que estão na retaguarda do ministro, pregador ou cantor, um espírito de antagonismo e depreciação, muitas vezes oriundos da inveja, os homens que estavam com Esdras na tribuna, conservavam-se em pés em intercessão e apoio; este tipo de comportamento litúrgico é muito comum na COGIC, diante das palavras poderosas transmitidas pelo pregador ou cantor, os colegas que o ladeiam se põem em pé como forma de apoio e intercessão, com palavras como: “prega!”, “vamos lá pregador!”, “abençoa Deus!”, “usa o teu servo!”. Ministros de Deus não podem esperar tal apoio apenas quando pregam, mas devem ser tão intercessores e apoiadores para com os demais ministros.
2- O PÚLPITO É LUGAR DE EXPOSIÇÃO DAS ESCRITURAS
“E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo...” (v. 5a)
Esdras não estava no púlpito promovendo homens, transmitindo discursos políticos, ou desferindo ataques pessoais; ele expunha as Escrituras Sagradas. O púlpito não é lugar de outra coisa se não de exposição da Bíblia. Quando a Bíblia é exposta ao povo, nunca faltará alimento e edificação espiritual. Não livros seculares ou de teologia, não filosofia ou citações vazias, o púlpito é o móvel da Bíblia, e somente da Bíblia. Se exortamos, exortemos com a Bíblia, se ilustramos, ilustremos à luz da Bíblia. Não se justifique do púlpito, não desabafe do púlpito, não se glorie no púlpito. Do púlpito pregue a Bíblia, do púlpito ensine a Bíblia. Na Igreja de Deus em Cristo nenhuma outra coisa serve como base dos discursos senão a Bíblia Sagrada.
3- O PÚLPITO É LUGAR DE REVERÊNCIA À PALAVRA DE DEUS
“...e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.” (v. 5b)
Em muitas igrejas parece haver um total desrespeito para com a palavra de Deus, com músicos e cantores se retirando do templo na hora da pregação, além de uma indiferença gritante do povo, com conversas paralelas e outras manifestações de irreverência para com o Livro de Deus. Na Igreja de Deus em Cristo, a palavra de Deus é reverenciada em três momentos distintos: na leitura devocional, quando toda a movimentação é detida pelos diáconos e recepcionistas; na mensagem de inspiração, quando por dez ou doze minutos todos são envolvidos pela primeira exposição bíblica do culto; e durante a pregação oficial com no mínimo uma hora de mensagem em que todos estão atentos ao que Deus fala. E assim como o povo nos dias de Neemias, os crentes COGIC ficam por vezes em pés durante o sermão reverenciando as boas palavras que fazem arder seu coração (Salmo 45:1a)
4- O PÚLPITO É LUGAR DE MINISTROS ADORADORES
“E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus...” (v. 6a)
Poucas coisas são tão deprimentes como ver a performance apagada de um ministro que prega o canta sem entusiasmo e sem o fogo pentecostal. Na verdade o espírito do obreiro que ministra o povo deve estar repleto de adoração em seu íntimo, e essa adoração deve extravasar em uma conduta de visível veemência, a final, essa é a marca do pentecostalismo. Seria redundante falar da postura de adoração de cada ministro da Igreja de Deus em Cristo, que sabem que seu ministério é “tridirecional”, ou seja, eles ministram a Deus, aos irmãos, e aos descrentes, com um fervor alucinante e poderoso.
5- O PÚLPITO É LUGAR DE ONDE SE ESPERA RESPOSTA DO POVO
“...e todo o povo respondeu: Amém! Amém!, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra.” (v. 6b)
Sem dúvida, essa resposta entusiasta do povo de Israel não tem implicações meramente culturais, elas nos servem como um padrão para todas as épocas e igrejas cristãs. O povo deve responder à ministração ungida que vem do púlpito com seus “améns”, “glórias”, além de suas mãos levantadas em sinal de adoração a Deus e rendição ao seu senhorio. Esta é uma das características mais marcantes do povo COGIC, nenhum pregador ou cantor fica só no púlpito, sem apoio e resposta imediata, na verdade, o povo canta com o cantor e prega com o pregador, e isso normalmente redunda em quebrantamento e muita adoração, como expressão e fervor.
6- O PÚLPITO É LUGAR DE REVELAÇÃO
“E leram o livro, na lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.” (v. 8)
A clareza é um atributo de suma importância na pregação do evangelho ou em qualquer exposição da doutrina cristã. O ministro deve pela inspiração do Espírito Santo esclarecer o texto sagrado levando o povo à compreensão e mudança de conduta. Não se pode ler um texto e explanar outro pensamento, o texto bíblico é a base para o desenvolvimento da mensagem de Deus ao povo. A COGIC, como denominação pentecostal clássica, prima pela exposição bíblica das Escrituras sob total dependência do Espírito Santo para trazer revelação à Igreja.
7- O PÚLPITO É LUGAR DE CHAMADA AO ARREPENDIMENTO
“...Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.” (v. 9c)
Nós da COGIC Missão da Fé Apostólica temos vivido um tempo de grande quebrantamento espiritual, nossa alegria é a verdadeira alegria da salvação que provém da tristeza pelo pecado e arrependimento. A origem desse mover? Um púlpito inflamado pela mensagem da santidade e do arrependimento, nos velhos moldes dos reavivamentos do início do século XX nos Estados Unidos.
O púlpito da Igreja de Deus em Cristo, a maior e mais antiga denominação pentecostal do mundo, é um púlpito marcado pela unção apostólica e profética. Glória a Deus para sempre.
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