A Sede dessa obra era um antigo prédio de madeira de uma igreja metodista que fora posto à venda, parcialmente queimado, coberto por um telhado plano e construído com dois pavimentos. Não era rebocado, apenas pintado de branco sobre o revestimento bruto. Na parte de cima havia um salão equipado com cadeiras e três pranchas de madeira de sequóia da Califórnia que também serviam de assentos. Esse era o “cenáculo” pentecostal, no qual almas santificadas buscavam a plenitude do Espírito Santo e falavam novas línguas, encontrando o que em tempos antigos era chamado “vinho novo”. Naquelas salas pequenas, mãos eram impostas sobre os doentes, e eles eram curados. Na parte de baixo, havia um espaço de 32 metros X 22 metros, com uma miscelânea de cadeiras, bancos e banquetas, nos quais os curiosos e os ansiosos se acomodavam durante horas para ouvir os estranhos sons, canções e advertências vindas do céu. No centro do salão, havia uma caixa retangular, na vertical, coberta com um pano de algodão, a qual um comerciante de sucata avaliara em 15 centavos. Era esse o púlpito do qual o líder, Irmão Seymour, pregava o arrependimento, o perdão, a santificação, o poder sobre os demônios e doenças, e o batismo com o Espírito Santo e com fogo dos tempos antigos.
As reuniões eram realizadas todos os dias: começavam às 10 da manhã e se prolongavam até quase meia-noite. Havia três altares para os cultos diários. O altar era uma prancha de madeira apoiada em duas cadeiras colocadas no centro do salão, e ali o Espírito Santo descia sobre homens, mulheres e crianças, nos antigos moldes pentecostais, tão logo ficava evidenciado que haviam tido a experiência de purificação interior. Pregadores orgulhosos e leigos de grande inteligência, inflados das próprias teorias e crenças, chegavam de todas as partes e experimentavam a humilhação, tendo afastada de si toda a “palha” de seus conceitos, chorando de consciência limpa diante de Deus e suplicando para serem cheios do poder do alto. De cada crente sincero que recebeu a maravilhosa experiência que enchia, emocionava, abalava e energizava a estrutura física e moral, o Espírito Santo testemunhava sua presença, usando os órgãos fonadores para se expressar numa nova língua.
Artigo extraído de Way Of Faith, 11 de Outubro de 1906, provavelmente da autoria de Frank Bartleman.
Durante o período de “calmaria”, após o declínio do Movimento, Seymour trabalhou num prédio do ministério da Missão da Fé Apostólica do Pacífico, à qual se filiara em dezembro de 1906. Viajando o tempo inteiro, Seymour espalhou a mensagem pentecostal do Maine a San Diego. Recebeu honras de apóstolo da Igreja de Deus em Cristo e muitas vezes, dirigiu suas reuniões. Muitos líderes de denominações já estabelecidas também estiveram na Missão da Rua Azuza, receberam o batismo com o Espírito Santo e, ao retornar ao seu lugar de origem, conseguiram redirecionar, parcial ou totalmente, suas respectivas igrejas para a vertente pentecostal. O primeiro deles, Charles H. Mason, fundador da Igreja de Deus em Cristo, chegou à Rua Azuza para uma longa estada, em 1907. Ao retornar à sua base, em Memphis, ele próprio e a mensagem pentecostal foram rejeitados pela maior parte da igreja. A rejeição levou-o a dividir a igreja em 1907. Mason e os que concordavam com ele reorganizaram a Igreja de Deus em Cristo como uma denominação pentecostal. Sendo o único dos primeiros convertidos à doutrina pentecostal originário de uma igreja legalmente estabelecida (a 1ª historicamente, 1897), o bispo Mason desempenhou um papel fundamental na propagação do movimento e de sua mensagem. Sua prática de ordenar ministros de todas as raças serviu como canal para levar o fogo do avivamento da Rua Azuza a todas as partes dos Estados Unidos. Entre 1909 e 1914, a Igreja de Deus em Cristo abrigava tanto congregações brancas quanto afro-americanas. Hoje, a Igreja de Deus em Cristo é a maior denominação pentecostal existente e a igreja que mais cresce nos Estados Unidos.
Extraído do livro interdenominacional: “O Século do Espírito Santo” de Vinson Synan (Ed. Vida).
MISSÃO DA FÉ APOSTÓLICA
RUA DOUTOR GALVÃO GUIMARÃES, 126 A
Considerando a visão que Deus concedera à COGIC-MFA, entendemos em nosso espírito que este é “o novo endereço” da Missão da Fé Apostólica, reunindo a história pioneira e poderosa da Igreja de Deus em Cristo e do Bispo Mason, e o legado profético da Missão que começou na Rua Azuza com William Joseph Seymour. Assim, buscamos reviver o âmago e as características espirituais do Movimento do início do século XX, com equilíbrio teológico, mas conservando a soberania do Maravilhoso Espírito Santo. “Converte-nos, Senhor, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes.” (Lamentações 5:21)
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