Nosso Deus é um Deus de alianças. Antes da fundação do mundo Ele já havia estabelecido uma poderosa aliança de sangue (Ap 13:8). Ele estabelece aliança de paz (Nm 25:12). Ele concede misericórdia e verdade no caminho daqueles que guardam sua aliança (Sl 25:10). Ele faz sua aliança conhecida para os que o temem (Sl 25:14). A aliança do Senhor é firme (Sl 89:28). Ele se lembra perpetuamente de sua aliança (Sl 105:8). Ele renova sua aliança (Jr 31:31).
Deus estabeleceu sete alianças temporais chamadas dispensações e oito alianças humanas em forma de pactos.
Estamos vivendo na dispensação da plenitude dos tempos (Ef 1:10), mas a história da humanidade foi dividida por Deus em sete dispensações, que são períodos probatórios em que Deus se revelou ao homem legando-lhe a mordomia da aliança, sempre se preparando para o clímax.
O plano dispensacional de Deus é formado por sete períodos:
1- Dispensação da Inoscência. Corresponde ao período em que o homem em seu estado de perfeição e pureza, exercia a mordomia da terra recém recriada. Não havia pecado ou malícia, reinava a inocência (Gn 2:25)
2- Dispensação da Consciência. É o período a partir do qual os olhos do homem se abriram conhecendo o bem e o mal (Gn 3:5-7). A aliança foi desfeita pela desobediência de Adão, e o mundo ficou à mercê do Inimigo.
3- Dispensação do Governo Humano. O homem proclamou sua própria independência ao rejeitar o governo de Deus, então, a terra passou para o governo humano, o que culminou com seu mais ousado intento, a construção da torre de Babel (Gn 11:1-6).
4- Dispensação dos Patriarcas. Deus, então, encontrou um homem de fé, Abrão (Gn 12:1-9) que foi genitor de uma linhagem patriarcal de tribos. Abraão gerou Isaque, Isaque gerou Jacó, e Jacó gerou doze filhos, os doze patriarcas que formaram a nação de Israel.
5- Dispensação da Lei. Uma nação não pode subsistir destituída de princípios legais de moral e cerimônia, assim, Deus enviou a Lei no Monte Sinai, às mãos de um levita chamado Moisés. Este período da Lei perdurou até a vinda de Jesus Cristo, que cumpriu a Lei e estabeleceu uma nova dispensação, uma nova e melhor aliança (Hb 9:15).
6- Dispensação da Graça. Esta é a atual dispensação, a dispensação implantada por ocasião do ministério de Cristo. É a mais longa de todas e culminará com o casamento do Noivo Jesus com sua Noiva, a Igreja, o arrebatamento da Igreja. A Graça está o mais longo período de oportunidade para o homem se voltar para Deus. O agente divino na dispensação da Graça é o Espírito Santo, ele é o penhor da Aliança.
7- Dispensação do Milênio. Esta será a última aliança, implantada por ocasião da volta de Jesus à terra em glória para reinar. Por mil anos Jesus reinará absoluto na sede do governo, Jerusalém, enquanto Satanás estará aprisionado neste período (Ap 20:1-3). Após os mil anos, Satanás será solto e enganará algumas nações que se rebelarão contra o reino de Jesus, mas serão destruídos e Satanás, juntamente com a morte e o inferno, será lançado no lago de fogo para sua aniquilação definitiva (Ap 20:7-15).
Estas são as sete alianças dispensacionais de Deus com a humanidade.
Com a queda, o homem e toda a criação ficaram sujeitos ao pecado, necessitando urgentemente de uma solução que viesse devolver-lhes o estado anterior. Para isso, Deus providenciou os meios para redimir a humanidade e restaurar a comunhão perdida. Até executar a solução definitiva, Deus estabeleceu algumas alianças como o homem. Alianças são pactos, condicionais ou não, em que Deus estabelece regras e/ou promessas ao homem, para que este atinja um determinado fim. Procure estudar as oito alianças:
1- Aliança edênica (Gn 2:16,17)
2- Aliança adâmica (Gn 3:15)
3- Aliança noética (Gn 9:11-15)
4- Aliança abraâmica (Gn 12:1-3)
5- Aliança mosaica (Êx 19:5,6)
6- Aliança palestiniana (Dt 30:1-3)
7- Aliança davídica (2º Sm 7:16)
A Igreja de Jesus Cristo subsiste sob a égide e o princípio da Aliança. A aliança é parte do caráter cristão. A Aliança nos distingue como povo. A Aliança garante nossa credibilidade. A Aliança revela nossa autoridade. A Aliança é a base de nossa unidade. Estabelecemos aliança em nosso discipulado. Estabelecemos aliança no batismo. Estabelecemos aliança no compromisso com a Igreja de Jesus Cristo. Estabelecemos aliança nos votos do casamento. Estabelecemos aliança no compromisso de criar os filhos no caminho do Senhor. Estabelecemos aliança ao firmarmos contratos de trabalho. Em fim, o verdadeiro discípulo de Jesus Cristo tem intrínseco em seu espírito e caráter, um forte senso de aliança.
Em tempos de tanta apostasia e heresias, tem havido muita negligência de muitos ditos “crentes”, acerca de seu compromisso de aliança em dois aspectos fundamentais: (1) Aliança com o ministério local e (2) Aliança com a liderança espiritual.
Algumas pessoas trocam de denominação como trocam de roupa, a aliança que fazem com o ministério é tão frágil que se desfaz ao menor sinal de dificuldade interna, isto revela na essência a imaturidade cristã. Diante das adversidades patentes na cidade de Éfeso, o jovem pastor Timóteo poderia ter abandonado o ministério na cidade, mas encorajado por Paulo, seguiu perseverantemente (1ª Tm 1:3; 4:14).
Não estou dizendo que mudanças geográficas não podem ser feitas na direção de Deus, mas tais mudanças devem acontecer minucioso exame de tempo, circunstância e oportunidade, levando em conta que uma transição implica em uma mudança radical de vida, aliás, um novo ciclo de vida que não deve ser quebrado irresponsavelmente.
A aliança com a liderança espiritual é um princípio inexorável. Alguém que não tenha um compromisso de fidelidade com seu pastor, não pode se considerar fiel a Deus. Temos para com os nossos pastores um compromisso de legado e imitação. “Lembrai-vos dos vossos pastores que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.” (Hb 13:7). Temos também, para com eles um compromisso de obediência. “Obedecei a vossos pastores e sujeita-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hb 13:17).
Quando estabelecemos aliança sólida e inquebrável com nossos pastores, colocamo-nos sob sua cobertura espiritual, de forma não ficamos desguarnecidos para os ataques do Inimigo. Quando estamos debaixo dessa cobertura espiritual, absorvemos inevitavelmente a mesma unção e autoridade do ministério de nossos pastores.
Josué tinha uma aliança inquebrável com seu mentor Moisés. Eliseu tinha uma aliança inquebrável com seu mentor Elias. Timóteo tinha uma aliança inquebrável com seu mentor Paulo. Todos esses, estavam debaixo de poderosa cobertura espiritual. Agora, quais são as implicações positivas de se estar sob uma cobertura espiritual baseada numa aliança? Vejamos cindo benefícios:
1- Proteção de ataques malignos.
Como já disse, Satanás terá mais facilidade em alvejar pessoas desguarnecidas de pastor, do que alguém que reconhece a importância da autoridade espiritual.
2- Absorção do ministério.
Como também já disse, é um princípio imutável o da “absorção espiritual”, ou seja, quando estamos debaixo de determinada cobertura espiritual, somos influenciados pela mesma, a ponto dela se tornar a “nossa unção”.
3- Credibilidade.
Eu não confiaria em um obreiro ou cristão que não tem uma referência ministerial. Essas pessoas tendem a ser insubordinadas e independentes. A cobertura espiritual nos outorga credibilidade ministerial em qualquer lugar.
4- Prestação espiritual de contas.
Sim, Deus é o nosso refúgio e fortaleza, mas a quem recorremos aqui na terra para confessar os nossos pecados, pedir conselhos e abrir o nosso coração. Seria muita jactância de nossa parte dizer que só tratamos como Deus. Um obreiro, discípulo ou até pastor, precisa de pastor.
5- Bússola espiritual.
Em determinados momentos da vida, uma palavra sábia pode mudar nossa história, pois existem tempos em que ficamos espiritualmente desnorteados, e precisamos da palavra de alguém que nos conheça, ore por nós e nos ame.
Acredito que estas verdades espirituais tenham penetrado em seu espírito, portanto, coloque-as em prática e viva a benção de relacionamentos espirituais e sadios.
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