quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ATRAÍDOS PELA TRAGÉDIA


E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.
S. João 12:32

         Você já notou a propensão humana para a contemplação do caos? Já percebeu o quanto somos atraídos pela destruição, morte, dor, seja por masoquismo, compaixão ou ausência de compaixão, ou por mera curiosidade? Sim, nossos sentidos, especialmente nossa visão, sentem-se seduzidos por essas coisas.
         Eis o motivo da grandeza exorbitante do seguimento cinematográfico, que investe e lucra bilhões para entreter o grande público ávido por colocar o mal diante de seus olhos. Telejornais policiais sensacionalistas crescem em audiência infundindo o medo nos corações frágeis e sem Deus. Aí está uma das grandes razões das mentes não regeneradas deste século, aí está a razão da não conversão de milhões de incrédulos. Há tão pouco de Deus nos corações, tão pouca revelação no espírito, tão pouca pureza nas mentes. Eis um dos motivos da escassez de avivamento pessoal e coletivo. As mentes estão impregnadas do lixo visual de hollywood, os corações estão contaminados pelas tramas perversas das telenovelas, o espírito está obstruído pela absorção ocular e auditiva do mal. “Não porei coisa má diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará.” (Salmo 101:3). Esta geração está literalmente ajuntando o mal tesouro em seu coração.
         Esta é a ferramenta do Diabo para afastar o homem da revelação do Evangelho. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4:3-4).
         Além da maléfica engenhosidade de Hollywood, é estrondoso o sucesso de filmes nacionais como Carandirú e Tropa de Elite, com sua linguagem torpe e profana, e sua violência exacerbada.
         Você “cristão”, que diante de seu ídolo de tantas polegadas se deleita, inconscientemente seduzido por explosões de carros, homens atirando uns nos outros, homicídios, suicídios, infanticídios, chacinas, sangue jorrando, morte, morte, e mais morte, (isso sem falar na sensualidade), você realmente acredita que pode estar ou ser cheio do Espírito Santo sem se esvaziar definitivamente dessas coisas? Você acha que pode estar sensível às revelações e à direção do Espírito Santo com a mente repleta dessa lama que você chama de entretenimento? Você está amenizando e substituindo o termo “mundano” pelo seu paralelo pós-moderno: “secular”. Acorde, os verdadeiros gigantes da fé estão andando em um nível de separação que você chama de ascética, mas estão desfrutando de real intimidade com o Deus Vivo, enquanto os inconstantes telespectadores desse espetáculo do mal continuam sendo anões espirituais.
         JESUS CRISTO protagonizou o “espetáculo” mais trágico da história humana: puro, santo, inocente e divino, Ele se expôs ao vitupério maldito da cruz (Deuteronômio 21:22-23), um show de horrores que atraiu pessoas de todas as partes, religiosos, autoridades, algozes, fieis, zombadores e curiosos foram atraídos pela imagem mórbida de um homem desfigurado pelo flagelo romano e pendurando por pregos em uma cruz de madeira. O que impressiona é que em toda a história houve flagelos assim, e até piores, de homens importantes e carismáticos, mas aquela imagem do Gólgota, aquela imagem trágica e fatal se perpetuou pelo tempo, de forma que ainda hoje pessoas são atraídas, não pelo Cristo Glorificado, mas pelo Cristo Crucificado.
         Na mente e no desejo de Deus, a cruz deveria ser a última tragédia a ser diligente e espiritualmente contemplada pelo homem. Pois ao contrário da propagação vil e leviana dos elementos trágicos de nossa era, essa tragédia da cruz nos atrai para tudo o que é maravilhoso o bom.

         A Tragédia da Cruz nos propiciou Salvação
Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.” (Isaías 45:22). Jesus Cristo é Deus, que veio em carne e morreu para pagar o preço dos nossos pecados naquela rude cruz, e ao olhar para este Cristo crucificado somos salvos da condenação eterna, pois Ele é o Autor e o Consumador desta fé salvadora. “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:2)

         A Tragédia da Cruz nos propiciou Cura
levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Todo sofrimento, dor e enfermidade da humanidade de todas as épocas, convergiram para o corpo flagelado de Jesus Cristo; ao crer na plenitude da obra redentora do Calvário, recebemos a Cura de Deus para o corpo e a alma. Perdão e Cura andam juntas na expiação de Cristo, pois, “É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as tuas enfermidades.” (Salmo 103:3; Mateus 9:5-7).
        
         A Tragédia da Cruz nos propiciou Paz
Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” (Isaías 53:5). A verdadeira paz, a paz que o mundo anela, está nas feridas do corpo de Cristo. Ao sermos atraídos para cruz, e contemplarmos em fé os sofrimentos e a dor de Jesus, saberemos que este sofrimento e esta dor nos pertenciam, mas agora estão anulados no madeiro. Glória a Deus.
         Glória a Deus pela tragédia do Calvário!

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