sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O MINISTÉRIO APOSTÓLICO NO ANTIGO TESTAMENTO


 Não pensemos que o ministério apostólico é um novo dom instituído nesta dispensação, apenas sua nomenclatura é nova, suas atribuições remontam o período veterotestamentário. Há muitas características que credenciam um ministro ao título apostólico, porém, destacamos quatro deles que se observa no ministério de alguns heróis da Antiga Aliança, AUTORIDADE, LIDERANÇA, TESTEMUNHO EFICAZ e SINAIS MIRACULOSOS. Vejamos:
            Autoridade. Um apóstolo é um ministro dotado de reconhecida autoridade espiritual outorgada por Deus e ratificada por suas experiências com Deus. Esta autoridade consiste no poder do Espírito Santo atuando na vida do ministro.
            Liderança. O ministro apostólico é também dotado de uma poderosa habilidade para liderar e organizar os seguimentos da obra de Deus, fazendo-a crescente e eficaz, exercendo sobre as pessoas uma forte influência e magnetismo pessoal, oriundos do Espírito de Deus.
            Testemunho eficaz. A habilidade sobrenatural de persuasão é outra marca singular do ministro apostólico, que transmite a palavra do Senhor de maneira profunda, e ao mesmo tempo simples e convincente, levando as pessoas ao conhecimento de Deus mediante a palavra pregada.
            Sinais miraculosos. O sobrenatural acompanha o ministério do apóstolo, cujos atos e a mensagem são confirmados por Deus. O miraculoso é uma credencial indispensável para o reconhecimento de um ministério genuinamente apostólico, como veremos no capítulo VI.
            Levando em consideração estas quatro credencias aqui relacionadas, entendemos que houve uma unção apostólica em homens como Moisés e Josué. Quero, porém, me concentrar no ministério de um homem que foi fiel a Deus e ao seu “mentor espiritual”, refiro-me a Elizeu, o fervoroso assistente do profeta Elias. Elizeu foi dotado em seu tempo, de um ministério apostólico. Vejamos.
            A autoridade do profeta Elizeu é expressa em toda a narrativa de seu ministério, destacamos, no entanto, o episódio de II Reis 3:13-27.
            Elizeu não se curvava diante dos títulos humanos, pois sabia que sua posição era mais honrosa, ele era um embaixador de Deus, assim como as medalhas e a ostentação social do “grande” general Naamã, não causaram intimidação no profeta apostólico (II Rs 5:10), a presença do ímpio rei Jorão de Israel lhe foi desprezível e indigna de sua atenção e honra (II Rs 3:14). Vemos em muitos ministros justamente o oposto disso, homens que foram incumbidos de ser representantes de Deus na terra, se curvando aos princípios e valores de ícones da sociedade secular. Quantos ministros ungidos por Deus para dedicarem suas vidas ao santo ministério, sucumbindo às honrarias de uma posição destacada no cenário político. Não sou, absolutamente, contra o fato de obreiros ingressarem na política desde que sejam competentes para tal, mas entendo que a posição de um ministro do evangelho é infinitamente mais elevada. Quando indagado acerca de uma suposta candidatura à presidência dos Estados Unidos, o lendário evangelista Billy Graham declarou: “Eu sou embaixador de Cristo, jamais me rebaixaria a tal ponto!
            A autoridade profética de Elizeu era uma marca determinante de seu “apostolado”.
            A liderança era outro grande referencial apostólico no ministério de Elizeu, comprovado principalmente pela notável influência que exerceu nos seus dias sobre a sociedade judaica e entre outras nações. A escola discente da escola de profetas daqueles dias via em Elizeu um paradigma ministerial muito destacado. Em uma ocasião em que o “campus da universidade profética” tornou-se pequeno para atender a alta demanda de jovens que se matriculavam, Elizeu foi consultado e chamado para supervisionar aquele grande empreendimento. Formou-se, então, sob a superintendência de Elizeu uma grande universidade como a que fundou o legendário evangelista Oral Roberts (II Reis 6:1-3).
            A capacidade de liderança de Elizeu outorga-lhe o direito de ser contado entre os ministros apostólicos.
            O testemunho eficaz foi outro diferencial no ministério de Elizeu, a começar por seu testemunho de vida, que era testificado por todos os foram por ele ministrados. A jovem hebréia, escrava do general sírio Naamã, testificou à sua senhora o poder que estava sobre o ministério de Elizeu (II Rs 5:3). Por intermédio do testemunho do profeta Elizeu, Naamã se humilhou e se rendeu ao Senhor junto com toda sua comitiva militar, reconhecendo-o como o único Deus. “Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio, e pôs-se diante dele, e disse:Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel...” (II Rs 5:15)
            Será que as pessoas podem observar em nossa vida um testemunho positivamente marcante como ministros de Deus, a ponto de as pessoas nos considerarem como santos homens e mulheres de Deus? Uma influente e observadora mulher na cidade de Suném, foi alcançada pelo testemunho eficaz de Elizeu, e comentou com seu marido: “...Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo homem de Deus.” (II Rs 4:9).
            Não tenho dúvidas de que muitos foram levados à fé do Deus e Israel por intermédio do profeta Elizeu. Elizeu foi enviado à Israel e às nações.
Testemunho, esta credencial apostólica de Elizeu foi recomendada por outro apóstolo: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo [Cristo] e despenseiros dos mistérios de Deus.” (I Co 4:1).
            O ministério de Elizeu era marcado também por sinais miraculosos, dentre os quais podemos citar a purificação das águas de Jericó, quando o nosso profeta apostólico lançou sal na fonte das mesmas (II Rs 2:19-21); a multiplicação do azeite de uma viúva (II Rs 4:1-7); a ressurreição do filho da mulher sunamita (II Rs 4:32-37); o machado que flutuou (II Rs 6:6-7), e outros. Em fim, o profeta Elizeu foi um profeta apostólico.
            Alguns ícones do Antigo Testamento representaram um referencial ministerial à ser seguido em nossos dias, tais referenciais estabelecem um padrão apostólico, e é sobre isto que quero falar na próxima postagem.


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