quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012





A quebra da unidade ministerial revela com clareza o grau da imaturidade espiritual sofrida pela Noiva (a Igreja). Ao listar os cinco dons do ministério cristão, Paulo não o fez em uma ordem hierárquica ou de importância, ele os agrupou revelando o seu propósito, o treinamento dos crentes para o trabalho ministerial. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:11-12). Nenhum dom é mais importante do que outro. Evangelistas são tão importantes quanto os pastores e vice versa. Sacerdotes são tão importantes quanto os profetas e vice versa. A narrativa histórica do Antigo Testamento parece revelar muitas vezes certo antagonismo entre a classe sacerdotal (os ministros do altar) e a classe profética (os ministros itinerantes), o que revelava que a saúde espiritual do povo de Israel estava comprometida. Vemos tal rivalidade no relacionamento ministerial entre o profeta Amós e o sacerdote Amazias (Am 7:10-16). Algumas igrejas parecem achar que somente os pastores, que “...de contínuo estão junto ao altar...” (1ª Coríntios 9:13) devem ser honrados, já outras, parecem achar que maior honra é devida aos evangelistas itinerantes (v. 13). Os ministros “fixos” e os itinerantes devem coexistir em uma relação harmônica de interdependência, pois, pastores/sacerdotes precisam de evangelistas/profetas para a constante renovação da igreja, e evangelistas/profetas precisam do suporte e da confiança dos pastores/sacerdotes para exercer seu ministério.
A disputa entre estes dois seguimentos do ministério está intensificada. Certos itinerantes irresponsáveis parecem não ter nenhum parâmetro para desferirem ataques contra os abnegados líderes que Deus levantou, e por outro lado, alguns pastores também não poupam arrogância para se mostrarem superiores aos ministros itinerantes como se estes dependessem totalmente deles.
Ou aprendemos a equilibrar e valorizar a importância de todos os ministérios da Igreja, “...ou matar-se-ão no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta?” (Lamentações 2:20b). É necessário que se retorne a um sentimento de serviço. A verdadeira unidade entre os ministérios bíblicos consiste essencialmente no sentimento de Cristo Jesus: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” (Filipenses 2:3-4). Na verdade, pelo menos aqui no Brasil, evangelistas e pastores constituem-se como duas gerações, dois moveres, duas dispensações. Em meados da década de cinqüenta Deus exaltou e colocou em evidência o ministério dos evangelistas itinerantes, em cujas cruzadas e campanhas de avivamento o Espírito Santo se moveu marcando uma geração inteira com um grande mover de salvação, curas e batismo no Espírito Santo, estes ministros deixaram uma marca indelével no coração dos povos, porém, tal classe não teve apoio dos pastores, que os tinham como aventureiros da fé, e não se esmeravam em promover e financiar seu fecundo ministério, tal negligência não poderia ter tido um resultado pior, o itinerante, agora sem condições de pregar ao mesmo tempo em que sustenta sua família passa a “cobrar” por seu ministério contrariando arbitrariamente a palavra de Jesus: “...de graça recebestes, de graça daí.” (Mateus 10:8c). Com a decadência do mover dos pregadores, Deus começa a levantar grandes líderes no ministério pastoral, nunca o “sacerdócio eclesiástico” teve tanto destaque no Reino como nesta dispensação que perdurou até o presente momento, digo “perdurou” porque esta geração de pastores, com exceções, se tornou arrogante e tirânica, se ostentando em sua falsa segurança no altar das ofertas e em sua postura quase “papal” demonstrando-se como infalíveis e inquestionáveis. Agora, esta não é mais a geração dos “super itinerantes”, e tão pouco é a era dos “mega-pastores”, mas sim, a geração dos profetas e apóstolos, cuja marca característica é a poderosa combinação de santidade e humildade, e cujo propósito essencial é o alcance de milhões de almas perdidas em trevas, a destruição das fortalezas espirituais malignas e o fechamento de seus “portais espirituais”. Além disso, haverá uma harmonia sem igual entre estes dois ministérios, que trabalharão em unidade e não se ostentarão nos títulos: apostólico e profético, como sendo designações de superioridade, ao contrário, muitos pastores e evangelistas, mesmo sem título, exercerão seus ministérios como apóstolos e profetas. Não haverá destaque para o título apóstolo, mas sim, para pastores com unção apostólica, assim, também, não haverá destaque para títulos de profeta, mas sim, para evangelistas com unção profética. A partir de então, a guerra será não entre nós, mas contra os “chefes do mal” (Efésios 6:12).

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