sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

REDEFININDO O MINISTÉRIO ITINERANTE


Depois do advento do polêmico e extravagante evangelista norte-americano Billy Sunday, surgiu um novo conceito acerca do ministério do Evangelista. Sunday foi pioneiro no ministério profissional de mega cruzadas que reuniam pastores e igrejas em mobilizações em que se utilizavam os modernos recursos midiáticos e elevados investimentos financeiros. Somando as altíssimas ofertas, o glamour que marcava suas cruzadas, e sua influência carismática sobre as massas, Billy Sunday se tornou um verdadeiro “astro” do evangelicalismo.
         Temos visto em nossos dias uma explosão de pregadores itinerantes, jovens fervorosos encantados com a perspectiva das multidões e da fama. E a bem da verdade, está intrínseco na própria natureza do homem este desejo por afirmação e reconhecimento, portanto, o “sonho dourado” de jovens pregadores itinerantes não deve ser frustrado por uma piedade descontextualizada e intolerante, porém, devemos sim, encontrar um modelo bíblico deste ministério de apoio à Igreja local.
         Comece indagando o seguinte: Este atual ministério itinerante como conhecemos hoje, está de acordo com a instituição e a prática dos ministérios cristãos? Que tipo de benefício efetivo o atual ministério itinerante tem promovido para o Corpo de Cristo?
         Na história da comunidade cristã dos primeiros três séculos, três classes de ministros empreendiam viagens itinerantes como pregadores oficiais da Igreja Cristã, eram eles: apóstolos, profetas e evangelistas; pastores e mestres tinham um caráter mais local, ou seja, supriam a Igreja com sua presença constante.
         Os apóstolos eram ministros pioneiros, que além estabelecerem igrejas por toda parte, edificavam-nas com seu modelo doutrinário herdado dos doze primeiros apóstolos; eram grandemente reverenciados pelos cristãos e normalmente atuavam nos demais ministérios.
         Os profetas, tal qual no Antigo Testamento, não eram ministros “do templo”, mas exortadores itinerantes que encorajavam a Igreja em momentos de desalento, além de predizerem acontecimentos sociais, políticos e religiosos.
         Este é um momento muito especial para a Igreja de Jesus Cristo. O Espírito de Deus tem restaurado a vigência dos cinco ministérios bíblicos em nossa época, especialmente o apostólico e o profético. Genuínos apóstolos têm estabelecido e alicerçado a Igreja do Senhor trazendo outra vez a harmonia da Doutrina Apostólica. E os profetas cristãos da atualidade têm contribuído para um despertar da Igreja, com suas mensagens contundentes e cheias de autoridade espiritual. Mas é outro ministério que se caracteriza pelo seu caráter intrinsecamente itinerante, o Evangelista.
         Pode-se conceber nessa dispensação um apóstolo que se fixe em uma igreja local (Sede) após ter estabelecido algumas igrejas, também não é raro vermos pastores locais atuando como profetas para sua própria congregação; porém, não é imaginável, nem nos primórdios do cristianismo, e nem na atualidade, um evangelista com ministério geograficamente fixo. O Evangelista é o genuíno pregador itinerante, e o genuíno pregador itinerante deve ser um Evangelista.
         Surge a questão: Os pregadores itinerantes da atualidade têm desenvolvido que tipo de ministério? Indago isto, pois nos parece que alguns dessa geração de itinerantes, “criaram” uma espécie de modelo alternativo de obreiro, que não parece apostólico, profético, e muito menos evangelístico. E esta discrepância diz respeito à PROPÓSITO, MENTALIDADE e MENSAGEM. Mas é a mensagem que revela com clareza o propósito e a mentalidade do pregador. A pregação de um Evangelista deve refletir um propósito sincero de expandir com altruísmo o Reino de Deus, cooperando com pastores e igrejas através de seus dons e carisma; sua pregação deve refletir também uma mentalidade madura em relação ao Reino e a Igreja de Deus.
         Ao avaliar o ministério de um pregador itinerante por sua mensagem, podemos considerar os seguintes critérios: (1) Uma mensagem entusiasta oriunda de um coração inflamado pelo Espírito Santo e pela compaixão pelas almas; (2) Uma mensagem bíblica e marcada pela consciência e concisão doutrinária; (3) Uma mensagem marcada por uma forte convicção do pecado por parte da audiência; (4) Uma mensagem agraciada pela manifestação de dons espirituais; e (5) Uma mensagem cristocêntrica (Cristo no centro) e que aponte para a obra redentora do calvário. Isto é um típico pregador itinerante nos moldes bíblicos.
         Não perca as próximas postagens sobre Evangelismo e o Ministério do Evangelista. Deus em Cristo o abençoe. 


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